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Brasília

Saúde-DF disponibiliza cloroquina para pacientes com coronavírus

Infectados em estados grave e crítico poderão ser medicados com a substância

Willian Matos

14/04/2020 7h17

Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal decidiu disponibilizar, a partir desta terça-feira (14), um medicamento à base de cloroquina para os pacientes infectados pela covid-19. A Cloroquina 150 mg, cedida ao DF pelo Ministério de Saúde, será destinada aos pacientes em estado grave e estado crítico.

A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial (DODF), na noite de segunda-feira (13).

Atualmente, a capital federal tem 18 pacientes em estado grave, internados em UTIs, e 36 em situação moderada. Os hospitais que abrigam pessoas nestes quadros deverão preencher o formulário de solicitação de cloroquina, enviar à Secretaria através do e-mail [email protected] e retirar o medicamento na Farmácia Central, localizada no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), de 8h às 12h e das 14h às 17h, segunda a sexta.

O decreto afirma ainda que os hospitais da Secretaria de Saúde deverão realizar a saída individualizada por paciente, por meio do sistema Alphalinc. O fluxo do medicamento poderá ser revisto a qualquer momento.

Mais sobre a cloroquina

A cloroquina é um medicamento de uso controlado que tem efeito imunomodulador, isto é, aumenta a resposta imune do organismo contra determinados microrganismos. É altamente usada para tratar doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, além de malária e doenças fotossensíveis.

É diferente da hidroxicloroquina no que diz respeito aos efeitos colaterais. A hidroxicloroquina é considerada mais leve, mas os efeitos variam de acordo com cada organismo. Os medicamentos podem causar distúrbios de visão, irritação gastrointestinal, alterações cardiovasculares e neurológicas, cefaleia, fadiga, nervosismo. Além disso, quem tem psoríase ou porfiria pode ter ataque agudo da doença, prurido, queda de cabelo e exantema cutâneo.

CLOROQUINA CORONAVIRUS

Medicamento está começando a ser utilizado no país. Foto: Reprodução

O Ministério da Saúde não comprova que a cloroquina é eficaz contra a covid-19. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ainda existem poucas evidências sobre o medicamento. Contudo, há algumas semanas, Mandetta, sob pressão indireta do presidente Jair Bolsonaro, flexibilizou o uso da substância, e algumas secretarias têm aderido.

O Ministério da Saúde decidiu deixar ao alcance do profissional médico caso ele entenda que o paciente grave possa se beneficiar com o uso. “Esse medicamento já provou que tem ação na evolução do ciclo do vírus, mas os estudos em humanos estão em curso. Essa é uma alternativa terapêutica que estamos dando aos profissionais de saúde para tratarmos esses pacientes graves que estão internados”, disse Luiz Henrique Mandetta.

O ministro fez ainda um alerta às pessoas que vão às farmácias em busca da cloroquina: “Quero fazer um pedido à população: não usem esse medicamento fora do ambiente hospitalar. Esse medicamento tem muitos efeitos colaterais que podem prejudicar a saúde”, concluiu o ministro da Saúde.

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