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Brasília

Samu registra 68 mil trotes em 2018 no Distrito Federal

Arquivo Geral

11/01/2019 7h00

Instituto Hospital de Base. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília.

Ana Karolline Rodrigues
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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) registrou 68.004 trotes no Distrito Federal no ano passado, dentre as 903.157  ligações recebidas. Os responsáveis pelas ligações falsas são tanto crianças como adultos. No entanto, os profissionais avaliam que os trotes mais graves são ligações recebidas de pessoas mais velhas, pela aparente coerência das informações, uma vez que podem levar o médicos a se deslocarem e deixarem de atender outra possível vítima que precisaria de ajuda no momento.

Desde o início da implementação do serviço, em 2005, quando o índice de trotes chegou a 60% das ligações, este número vem reduzindo, chegando a 7,5% do total em 2018 . Entretanto, de acordo com o  gerente da Central de Regulação de Médica Urgência do Samu-DF, Víctor Arimatea, a quantidade de ligações falsas recebidas ainda é considerada elevada. “No começo já chegamos registrar em um mês mais de 10 mil trotes. Agora, a média é de 6 mil por mês”, contou.

Na Central do Samu-DF, o atendimento a vítimas se inicia com os técnicos de atendimento de regulação médica (TARM), terceirizados que fazem os primeiros atendimentos com os solicitantes por telefone e registram informações sobre a pessoa e o local do acidente. Em seguida, o atendimento é passado aos médicos da central, que analisam o ocorrido e a necessidade de enviar algum recurso (ambulância, helicóptero, serviço de auxílio psicológico). Por último, as informações são repassadas para a Rádio Operação: funcionários que fazem a ponte entre o Samu e as ambulâncias regionais.

Central do Samu DF. Foto: Raphael Ribeiro/Jornal de Brasília.

De acordo com o gerente da central, os chamados TARMs, primeiros funcionários a receberem as ligações, são treinados para saber identificar possíveis trotes. Arimatea explica que é neste estágio do atendimento que a maioria dos casos falsos é percebida. No entanto, quando as informações são mais completas – geralmente as repassadas por adultos -, acabam chegando até as outras fases do atendimento. “A maior parte dos trotes para no TARM. A gente sofre mesmo com estes que acabam tendo uma coerência maior, que chegam à mesa do médico. Podem custar uma vida”, alerta.

Além do problema que pode ser causado a uma vítima que precise do serviço no momento, o gerente ainda informou que o Samu tem prejuízos financeiros com falsas ocorrências. “Tem todo um gasto com o deslocamento, o combustível, o problema ao técnico que depois fará um próximo atendimento com maior tensão”, explica.

Vícor Arimatea, gerente da Central de Regulação Médica de Urgência. SIA 10-01-2019. Foto: Raphael Ribeiro

Imagem: Reprodução/Secretaria de Saúde do DF.

Conscientização

Como uma forma de conscientizar a população sobre a importância do serviço e a responsabilidade das solicitações, o projeto Samuzinho, criado há dez anos, busca capacitar crianças e adultos. Com ações feitas em escolas, praças e órgãos governamentais, funcionários do serviço médico ensinam gratuitamente os passos a serem dados quando um solicitante precisar de ajuda. De acordo com o Samu-DF, além do treinamento de funcionários, esta também uma das formas utilizadas pelo serviço para diminuir o índice de trotes recebidos.

Segundo Víctor Arimatea, a iniciativa tem influência efetiva na redução do índice que vem sendo observada desde a criação do Samu. “Ajudou bastante, é uma forma de conscientizar a população a fazer um uso adequado do serviço”, disse. Para o gerente da central, mesmo o índice diminuindo com o tempo, a quantidade de trotes ainda é alta e o objetivo do Samu é que reduza ainda mais. “Este número pode sempre melhorar”, conclui.

Samu recebeu 68 mil trotes em 2018 no DF. Foto: Raphael Ribeiro/Jornal de Brasília

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