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Brasília

Rodoviária exibe exposição sobre luta contra a Aids

Vírus causador da doença é considerado como desafio para combate nos próximos 10 anos

Vítor Mendonça

01/12/2020 5h47

Neste Dia Internacional de Luta Contra a Aids, comemorado hoje, inicia-se a campanha para conscientização sobre a doença no Distrito Federal, Brasil e mundo. É o chamado Dezembro Vermelho, que visa alertar para os riscos da doença cujo causador – o HIV – é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos principais desafios para a próxima década. Em 13 de janeiro deste ano, o HIV foi listado pelo órgão entre as 13 prioridades de combate nos próximos 10 anos.

Para lembrar a importância da prevenção para a transmissão do HIV – causador da Aids quando ignorado por descuido ou ignorância ao longo do tempo -, a pasta da Saúde do DF exibe, a partir de hoje na Rodoviária do Plano Piloto, a Exposição Indetectável. A iniciativa visa conscientizar sobre os riscos de ser soropositivo para o vírus e não sabê-lo a partir de relatos de pessoas que estão com o HIV indetectável no organismo. Participam também da mobilização a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) e o Ministério da Saúde.

No DF, até último dado calculado pela Secretaria de Saúde (SES/DF) em dezembro de 2018, a Aids se manifestou em 10.928 pessoas desde o início da epidemia, em 1985, sendo quase 80% presente em homens e pouco mais de 20% em mulheres – 3.793 óbitos notificados foram relacionados à doença durante os 33 anos de sua presença na capital federal. Entre 2013 e 2018, aconteceram 709 mortes vinculadas à Aids no DF.

Jovens mais afetados

A predominância para as contaminações pelo HIV e desenvolvimento da Aids está na faixa etária de 20 a 39 anos. Em 2018, quase 70% dos novos registros de Aids se concentravam nestas idades, com 189 casos dentre os 279 computados pela Secretaria. As notificações possuem maior incidência entre os que têm entre 20 e 29 anos, com 112 casos. Entre 30 e 39 anos, 77 pessoas contraíram o vírus.

Dentro da faixa etária está Kyara Zaruty da Silva, 33 anos, que há quatro convive com o HIV, causador da Aids. A servidora pública foi diagnosticada com o vírus após perceber alguns sintomas como febre alta e náuseas. “Eu estava casada durante oito anos e descobri que tinha sido traída pelo meu ex com uma garota de programa, e depois de uns 5 meses descobri que tinha contraído o vírus”, contou.

Desde então, Kyara iniciou o tratamento para evitar um agravamento da doença tomando, diariamente, remédios antirretrovirais – que atuam contra a multiplicação do vírus e impedem o enfraquecimento do sistema imunológico. Ela relata que atualmente não possui problemas com a presença do HIV em seu organismo.

“Jamais imaginei que iria contrair, até porque mantinha relações com um parceiro só. […] No início, [o tratamento] não é confortável, porque passamos por diversas adaptações. Eu tive de mudar de medicação duas vezes e essa etapa não é boa. Acho que os lados negativos do tratamento devem ser melhor divulgados. As pessoas acabam achando que não precisam se cuidar, e isso é muito ruim”, criticou. Mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, a servidora afirmou que nunca teve dificuldades para conseguir os medicamentos necessários.

“É preciso ter um olhar além do que é divulgado, que o HIV tem tratamento – para que as pessoas tenham mais cuidado para se prevenir, principalmente mulheres casadas”, reforçou. “Elas podem estar contaminadas e não saberem. Mesmo tendo um parceiro fixo, o HIV não vem na testa das pessoas dizendo que elas estão contaminadas“.

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