O advogado e ex-juiz Roberto Caldas, que trabalhava na Corte Interamericana de Direitos Humanos, foi condenado, nesta semana por violência doméstica e familiar contra a ex-mulher Michella Marys. As agressões ocorreram em 2017 e o juiz renunciou ao cargo no ano de 2018.
Michella contou que, em 23 de outubro de 2017, ele puxou o cabelo dela e a derrubou na escada de casa. Além disso, na mesma ocasião, ele teria ameaçado pegar uma faca e matá-la, mas teria sido impedido por funcionários, acabando apenas com socos e empurrões. Ela afirma, ainda, que gravou seis anos de conversas com Roberto.
O processo sobre o caso corria no 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher em Brasília, por meio do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Ele foi, então, sentenciado a um mês e 10 dias de prisão simples e cinco meses e 13 dias de detenção.
Após a liberação da sentença, Michella usou suas redes sociais para se pronunciar sobre a condenação do ex-marido. “Fui submetida a toda sorte de humilhac?o?es e agresso?es durante praticamente 13 (treze) anos de relacionamento, mas – um dia – cansada, fragilizada, temendo pela minha vida e pela vida dos meus filhos, busquei ajuda da poli?cia e da justic?a”, disse.
“Nem todo o poder, toda a fortuna e toda influe?ncia impediram a condenac?a?o dele e a verdade prevaleceu sendo um esti?mulo para todas as mulheres que sofreram/sofrem viole?ncia dome?stica, pois se a Justic?a conseguiu alcanc?ar algue?m ta?o poderoso, com advogados e assessores de imprensa cari?ssimos e influentes, posso afirmar – enta?o – que ningue?m esta? acima da lei”, complementou. “Reitero, na?o vou comentar sobre a condenac?a?o do pai dos meus filhos. Na?o comemorei e na?o vou comemorar a condenac?a?o”.
Em nota, a assessoria de Roberto afirmou confiar na justiça. “Roberto Caldas confia na Justiça para revisar a condenação, em primeira instância, dos delitos de menor gravidade. A Justiça já absolveu ou encerrou 11 acusações de violência doméstica. Ele informa que recebeu a sentença condenatória com respeito e serenidade, porém pretende recorrer.”
A sentença determinou que a pena aplicada a Roberto está suspensa por dois anos e que deve ser aplicada somente após confirmação em segunda instância. Mesmo se ultrapassadas essas etapas, a pena seria em regime aberto pelo tipo dos delitos.
Mulheres, se rebelem contra a viole?ncia: e? libertador!, incentivou Michella
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