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Brasília

Reflexos do covid-19: consumidores não deixam de ir às lojas

Mesmo com a recomendação de evitar aglomerações, brasiliense usa máscara e álcool para sair às compras

Pedro Marra

16/03/2020 5h25

Preocupação de consumidores e empresas privadas com o coronavírusFotos: Pedro Marra/Jornal de Brasília

Ontem foi celebrado o dia mundial do consumidor. E mesmo com o decreto anunciado pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, na última quinta-feira (11), recomendando que em eventos abertos haja distância mínima de um metro entre as pessoas, alguns brasilienses não deixaram de ir às compras e foram de máscaras aos shoppings, que não fazem parte das locais com recomendações de prevenção com coronavírus previstas no decreto.

Um exemplo é a estudante Ruth Katryane, de 19 anos, que usou máscara no Pátio Brasil Shopping para não se contaminar. “A gente não sabe quem é que tem, e quem é que não tem. E em casa estou lavando as minhas mãos com sabão. É melhor se prevenir do que ficar exposta à doença”, afirma a moradora de Recanto das Emas.

Com um pote de álcool em gel , a tia de Ruth, Kênia Demiana, de 36 anos, acompanha a sobrinha nos cuidados contra o novo coronavírus. “Nem todo mundo sabe que tem a doença. Se todo mundo pensar em se prevenir, é melhor para os demais. Eu estou com a garganta inflamada, e até por isso também que eu estou tomando cuidado. No shopping mesmo, tem pessoas de vários lugares. Então a gente não sabe quem foi para São Paulo, Itália”, opina a moradora de Valparaíso de Goiás (GO).

A moradora da Asa Sul, Marília Freitas, de 58 anos, é outra consumidora que estava de máscara cirúrgica no shopping da cidade. “Da mesma maneira que eu estou me prevenindo, também não contamino ninguém. Além da máscara, acabei de limpar as mãos com álcool em gel porque eu vim para cá de ônibus. Não tenho sintomas da doença, mas eu tenho um filho autista, de 43 anos, então estou preocupada”, relata Marília.

A reportagem procurou algumas lojas de roupa do Pátio Brasil Shopping, e os funcionários informaram que as empresas disponibilizaram álcool em gel. Na relação com os clientes e colegas, foi dito que a orientação é para que os funcionários não cumprimentem clientes e colegas.

Empresas adequam rotinas

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da C&A enviou uma resposta institucional sobre as prevenções quanto a pandemia do coronavírus. “A empresa informa que adotou um plano de contingenciamento com uma série de medidas preventivas para evitar eventual contágio entre seus associados e clientes, em linha com as recomendações do Ministério da Saúde”, diz o comunicado da loja.

O iFood informou que está acompanhando os desdobramentos do coronavírus a fim de manter a segurança do negócio, pensando no bem-estar de colaboradores e parceiros. “O iFood não apresenta casos confirmados de coronavírus entre os colaboradores. Ainda assim, a empresa entende que há um importante papel de responsabilidade social a cumprir diante desse cenário”, diz o texto.

A partir de hoje, funcionários da empresa irão operar em regime de home office em todas as sedes pelos próximos dias. “A empresa já providenciou estrutura para que todos os colaboradores trabalhem em casa. As reuniões internas e com fornecedores serão realizadas por videoconferências, as viagens internacionais e domésticas estão suspensas.”

Pacotes cancelados

Segundo a gerente de uma agência de viagens do Pátio Brasil Shopping, que preferiu não se identificar, informou que muitos pacotes estão sendo cancelados desde que a OMS anunciou a pandemia do novo coronavírus. A maioria dos destinos seriam França, Espanha e Itália, o país mais afetado do mundo depois da China. Quase 18 mil pessoas já tiveram resultado positivo para o teste da doença, que gerou mais de 1.200 mil mortes no país europeu.

“Desde o início de março, houve muitos cancelamentos de embarques para a Europa, e travessias de cruzeiros também. E começamos a ter cancelamentos de viagens aos Estados Unidos. E os passageiros aqui do DF também procuraram o cancelamento para viagens nacionais, justamente por causa do decreto, acabou afetando bastante”, lamenta.

Enquanto a reportagem esteve na agência de turismo, nenhum cliente chegou para ser atendido. “Temos em torno de dois a três cancelamentos por dia, dependendo do destino. É um prejuízo de R$ 40 mil diariamente. Ninguém tem comprado pacotes para o meio do ano, somente para o segundo semestre”, acrescenta a funcionária.

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