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Brasília

Rachadinha: PCDF avança em investigações contra distritais

Com cerca de 20 agentes, a corporação policial agiu em três localidades na Região Administrativa do Gama e outra no Plano Piloto

Aline Rocha

02/12/2019 16h17

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Vítor Mendonça
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Quatro servidores da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e outras três pessoas não ligadas ao órgão foram alvo de sete mandados de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (2). Todas são investigadas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) pela prática da “rachadinha”, quando parte do salário de um servidor é transferida a outro sob ameaças de, por exemplo, exoneração.

Com cerca de 20 agentes, a corporação policial agiu em três localidades na Região Administrativa do Gama e outra no Plano Piloto. Esta é a segunda fase da Operação Escalada, iniciada em setembro deste ano, quando o líder da organização criminosa e chefe de gabinete de Telma Rufino (Pros), Deivid Lopes Ferreira, foi preso. Ele chegou a ser exonerado do cargo, comissionado novamente e foi, mais uma vez, colocado fora do cargo.

Não houve prisões e os inquéritos apontam para os crimes de concussão – espécie de extorsão em que se adquire vantagem indevida por meio de certa exigência -, peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

De acordo com o delegado Leonardo de Castro, coordenador da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), a conclusão dos crimes averiguados nas investigações foi possível a partir da “vasta quantidade de documentos apreendidos na primeira fase da operacao”, em setembro.

“Além desse concluído, a Cecor já instaurou outros inquéritos também para investigar esquemas similares ocorridos na CLDF, no gabinete de outros parlamentares”, declarou o delegado. “Acredito que a investigação vai longe ainda. Em uma análise prévia dos documentos, percebemos nomes de outras pessoas e valores anotados”, ressaltou.

Para o delegado Adriano Valente, diretor da Divisão de Combate ao Crime Organizado (Draco) da Cecor, as movimentações entre as contas dos servidores e de Deivid de forma ilegal é clara. Ao analisar conversas telefônicas, o policial desconfiou do conteúdo das conversas.

“Me chamaram a atenção duas conversas de servidoras com ele pedindo para utilizar o próprio dinheiro. Uma delas, que tem um salário alto, mandou mensagem para ele pedindo R$ 200 para comprar remédio. Em outro caso, outra pede R$ 200 para comprar comida, dizendo que não tinha em casa” afirmou.

“Se tratava de uma servidora que tinha acabado de ter um filho e ainda fazia uma campanha de arrecadação de roupinhas para a criança. Isso demonstra que praticamente todo o salario dela ficava com ele”, continuou o delegado.

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