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Brasília

Quadrilha que furtava celulares em festas lucrava até R$ 30 mil por noite

Arquivo Geral

07/06/2018 16h54

Foto: Lucas Móbille,/Jornal de Brasília

Matheus Venzi
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A partir do arrastão na Parada LGBT de São Paulo, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou uma organização criminosa especializada no furto de celulares em festas no DF e em outros estados. A preferência do grupo era por eventos de grande porte e com público de alto poder aquisitivo, o que renderia aparelhos caros. Em apenas uma noite, o lucro da quadrilha variava entre R$ 5 mil e R$ 30 mil.

A investigação durou cerca de quatro meses, mas o delegado da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), Ronney Matsui, acredita que o grupo agia há pelo menos um ano. “Os furtos praticados por eles não eram simples. Eram crimes planejados. Os autores se dividiam entre equipes e atuavam de forma sinérgica. Geralmente simulavam brigas, confusões ou esbarrões para terem a oportunidade de cometer os crimes”, explica. Em cada evento, eram furtados até 40 aparelhos.

Foto: Lucas Móbille/Jornal de Brasília

Após a subtração dos telefones, os responsáveis entregavam os aparelhos para outros membros, que tinham a função de esconder os objetos. “Eles usavam uma calça legging por baixo de uma calça jeans larga para esconder os celulares. Em um dos eventos, uma integrante foi presa em flagrante portando 45 celulares” esclarece. A polícia acredita que o grupo atuava em pelo menos três festas por semana. Todas eram previamente selecionadas, e o modo de atuação era organizado dias antes.

Roubos de celulares em alta
O diretor do Departamento de Gestão da Informação (DGI) da PCDF, George Couto, aponta um crescimento vertiginoso no número de furtos e roubos de celulares. “Isso não acontece só no DF, como em todo País. Porém, a prática desses crimes é fomentada pela inserção desses aparelhos no mercado, ou seja, não adianta só prender quem furta. É necessário prender também os receptadores”, indica.

Ele também recomenda que a população fique atenta ao comprar um smartphone seminovo. “Tem que desconfiar se não tiver nota fiscal ou caixa, ou pela conversa do vendedor”, assegura o diretor.

Motoristas envolvidos

Também foram identificados motoristas de aplicativos que transportavam os criminosos da quadrilha em troca das mercadorias adquiridas. Heleno dos Reis Campos, 43 anos, e Edvaldo Vieira Gomes, 45, foram presos preventivamente. “Eles buscavam os membros da organização criminosa em aeroportos, levavam e buscavam em eventos, entre outras atitudes”, comenta Matsui.

Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão em Ceilândia e Recanto das Emas. Além dos motoristas, foram presos Camila Sousa de Oliveira, 11, Caroline Sousa de Oliveira, 22, Patrícia Rodrigues Martins Cunha, 35, Maiara Martins da Silva Cunha, 20, Dayane Dantas Trigueiro, 29, Junio Marcio Laudares da Silva, 31, Elizeu Magno Pimentel, 29, e Jefferson Leonardo Barbosa Santos, 27. Alguns tinham antecedentes por furtos e por tráfico de drogas. Também foram apreendidos celulares furtados, além de dinheiro em espécie.

Foto: Lucas Móbille/Jornal de Brasília

Todos vão responder de acordo com o crime cometido. As acusações são de organização criminosa, com pena que varia de 3 a 8 anos, furto qualificado, de 2 a 6 anos, e receptação qualificada, de 3 a 8 anos. “Agora, as investigações vão se concentrar em identificar outras quadrilhas com o modo de agir parecido, além de responsabilizar os receptadores dos aparelhos”, finaliza o delegado Matsui.

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