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Brasília

Projeto atende grávidas em situação de rua

A iniciativa conta com atendimento voluntário de enfermeiros, médicos, psicólogos, cozinheiras e outros atendimentos que a gestante precisar

Agência UniCeub

06/08/2019 17h39

Gabriella Bontempo e Milena Carvalho
Jornal de Brasília/Agência UniCeub

Priscila, de 37 anos, nasceu em Brasília e ficou em situação de rua por 1 ano. Ela morava em uma área de ocupação quando derrubaram a casa em que vivia. Hoje participa de um projeto de acolhimento para gestantes em situação de rua chamado “Maria de Nazaré”, que faz parte das obras sociais do Centro Espírita Auta de Souza, na QSD 16, em Taguatinga Sul.

O projeto de acolhimento acontece há mais de 30 anos e já recebeu 640 grávidas em situação de rua. A iniciativa conta com atendimento voluntário de enfermeiros, médicos, psicólogos, cozinheiras e outros atendimentos que a gestante precisar. O centro tem dormitório, sala de estar, biblioteca e cozinha. Para dar conta de atender as mulheres, os organizadores  recebem doações e fazem bazar para arrecadar dinheiro e comprar tudo o que as mulheres e os bebês precisam, de roupas até higiene pessoal.

“Muito acolhedor”, disse Priscila sobre o projeto social. Grávida de 9 meses, Priscila é a única interna e já está há três meses no centro de acolhimento. “Meu marido já sabia daqui e me trouxe pra cá”. A obra social permite que a gestante permaneça durante toda a gestação e até 5 meses depois do nascimento do bebê, e oferece todo o suporte para a mulher se inserir na sociedade novamente.

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Atendimento na estação do metrô

“Existem muitas internas que conseguiram estudar, trabalhar e mudar de vida e voltaram aqui para nos agradecer”, disse Maria Auxiliadora, assistente social do projeto Maria de Nazaré.  As mulheres grávidas em situação de rua nesta condição podem contar com apoio de atendimento em um serviço oferecido pela Secretaria da Mulher na Estação de metrô 102 sul. No local, é oferecido atendimento psicossocial e advocatício, desde 2012. “Não me lembro de nenhuma grávida em situação de rua por aqui, elas geralmente não procuram atendimento especializado e psicológico”, relatou o psicólogo do Atendimento às Mulheres, Luiz Henrique Aguiar. O espaço é acessível e fica aberto todos os dias das 8h às 17h.  O local agenda atendimentos de saúde para as gestantes.                           

Aposentos das mulheres  

 As grávidas internas participam de atividades como evangelização, curso de puericultura, pintura e artesanato todos os sábados. “Minha atividade preferida é pintura em tecido”, disse Priscila. O centro de acolhimento também recebe gestantes, em situação de rua, que são usuárias de drogas “Elas não querem ficar, ficam no máximo dois dias e voltam pra rua”, declarou a assistente social.

Quadro de atividades das internas

 O Projeto de Lei 147/19, proposto pelo deputado Diego Garcia (PR), institui serviço de proteção e atendimento à maternidade para gestantes em situação de vulnerabilidade social. O projeto de atendimento será feito com equipamentos públicos de saúde e assistência social já existentes. O local deve oferecer atendimento pré-natal, alojamento temporário e serviços para a garantia de promoção e direitos.

 

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