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Brasília

Professores não acreditam que conseguirão cumprir calendário de volta às aulas no DF

De acordo com o calendário, as aulas recomeçam em 31 de agosto, quando voltam os alunos matriculados na EJA e educação profissional

Catarina Lima

15/07/2020 18h33

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Enquanto o Governo do Distrito Federal se prepara para a volta às aulas presenciais nas escolas públicas, a partir do dia 31 de agosto, professores não acreditam que seja possível cumprir esse calendário. A diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal ( Sinpro-DF), Rosilene Correa, acha que devido ao aumento constante e significativo do número de casos de coronavírus na cidade não vai ser mantido o cronograma elaborado pela Secretaria.

“A Secretaria fez o planejamento dela, um planejamento que pode ser cumprido, mas tudo indica que não será, pois nós não temos as condições sanitárias para pensar em retorno. Entre alunos e professores somos uma quantidade muito grande de pessoas, seja de trabalhadores, seja de alunos, somando todos dá quase meio milhão de pessoas” avaliou. Rosilene disse, ainda, que colocar tanta gente para circular é colocar vidas em risco.

De acordo com o calendário divulgado pela Secretaria de Educação, as aulas vão recomeçar no dia 31 de agosto. Nesta data voltam os alunos matriculados na Educação de Jovens Adultos (EJA) e educação profissional; no dia 8 de setembro será a vez dos alunos do ensino médio; seis dias depois, em 14 de setembro, retornam às salas de aulas os alunos dos últimos anos do ensino fundamental; no dia 28 de setembro será a vez da educação infantil; e, finalmente, no dia 5 de outubro está prevista a retomada das aulas nos centros de ensino especiais e a Educação Precoce.

Outro diretor do Sinpro, Samuel Fernandes, disse que o calendário elaborado pelo GDF é apenas uma previsão, pois “ ninguém tem condições de afirmar quando será o fim da pandemia”. O professor destacou também que a Secretária de Educação ainda não cumpriu com a promessa de disponibilizar pacotes de internet para que os alunos tenham acesso às aulas on-line, assim como não providenciou as tele aulas. “120 mil alunos continuam sem acesso aos meios tecnológicos”, disse Fernandes, referindo-se àqueles estudantes que não dispõem dos equipamentos necessários para acessar a rede, ou mesmo não dispõe de pacotes de dados.

“Nenhuma escola está adaptada para o retorno às aulas presenciais. As medidas anunciadas pelo governo continuam apenas no papel”, criticou. Samuel disse, ainda, que se nas datas previstas pela Secretaria para início das aulas presenciais a pandemia não estiver controlada, e as escolas continuarem despreparadas para o retorno, tudo poderá ser alterado. “ A vida das pessoas em primeiro lugar”.

 

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