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Brasília

Vídeo: professor é agredido por dono de escola e caso para na polícia

Arquivo Geral

07/06/2018 22h02

Atualizada 08/06/2018 15h09

Reprodução

Ana Lúcia Ferreira
Especial para o Jornal de Brasília

Um professor de língua estrangeira de colégio particular em Samambaia denuncia que foi agredido pelo diretor da escola nessa quinta-feira (7). A confusão ocorreu no início da tarde, dentro da sede do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF), no Setor de Indústrias Gráficas, e foi registrada por câmeras de segurança.

No vídeo é possível ver o momento em que Paulo Victor Bezerra (em pé) empurra Cristiano Alexandre Batista, 36 anos. Na sequência ele desfere socos contra o homem, que está caído no chão. Uma terceira pessoa aparece e retira o agressor do local.

Divergência

Cristiano alega que o motivo da confusão teria sido uma divergência no momento da homologação de fins rescisórios. Segundo o ex-colaborador, havia divergências no valor a ser pago pela escola.

“Eles me mandaram embora enquanto estava de licença médica. E ainda queriam descontar três dias de serviço em que estava de atestado, alegando faltas da minha parte. Estava em repouso e a escola sabia, pois avisei via e-mail”, afirma Cristiano.

O professor leciona Espanhol para alunos dos ensinos Fundamental e Médio e trabalhava na escola há 9 meses. Cristiano afirma que sua ausência ocorreu devido a problemas de saúde.

“Sou paciente transplantado renal há 11 anos. Nesses últimos dias não estava bem e procurei atendimento. Primeiro recebi um atestado de cinco dias e posteriormente outro de mais quatro. Ainda assim recebi um telegrama da escola me procurando, porque, segundo eles, “eu não teria avisado o que tinha acontecido”, disse.

A equipe do Jornal de Brasília tentou entrar em contato com a escola responsável pelo caso mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno. Porém, o advogado da instituição, Edemilson Macedo, informou ao portal G1 que Paulo Victor agiu “para se defender”, e que as agressões foram iniciadas pelo professor. Ainda segundo Macedo, Cristiano já vinha apresentando problemas disciplinares. “Há histórico de reclamações de alunos, professores e pais contra Cristiano, e ele já deu motivos até para ser demitido por justa causa. A instituição chegou a encaminhar o caso ao Conselho Tutelar”, afirmou o advogado.

Sindicato acionará OAB

O diretor Jurídico do Sinproep, Rodrigo de Paula, admitiu ao Jornal de Brasília que a situação foi constrangedora. Ele, que presenciou o fato, afirmou que nunca houve qualquer reação do tipo dentro do estabelecimento e que, mesmo com as novas regras trabalhistas, as rescisões contratuais são feitas no local por acordo coletivo.

“Nós, do sindicato, percebemos que o valor rescisório não era o devido. Acompanhamos Cristiano até a delegacia para registro de ocorrência e vamos entrar com uma representação contra o agressor junto à Ordem dos Advogados(OAB), uma vez que ele é profissional da área. O que presenciamos foi inadmissível. Se no sindicato o diretor faz isso com um ex-colaborador, imagina o que pode fazer com seus atuais funcionários?!”, indagou.

Rodrigo ressalta que, além dos meios legais, o sindicato vai organizar uma manifestação em repúdio a atitude tomada pela escola. “Temos conhecimento de outros casos em andamento relacionados a assédio moral contra o colégio. Levaremos tudo ao conhecimento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)”, conclui.

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