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Brasília

Produtores de maracujá comemoram sucesso do plantio na capital

Arquivo Geral

15/04/2019 7h00

Foto: Vitor Mendonça/Jornal de Brasilia

Vítor Mendonça
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Quando se fala em fruta produzida com sucesso no Distrito Federal, a resposta costuma ser o morango. Não é à toa: a capital já chegou ao sétimo lugar na classificação nacional quanto a essa produção, tendo Brazlândia como referência. Mas o morango já não reina absoluto. A nova explosão pode ser do maracujá.

Apesar da quantidade colhida no Distrito Federal ainda ser pequena se comparada a outros estados em decorrência da pequena área de produção, o rendimento médio do fruto chega a ser quase o triplo da média nacional, isto é, tem-se a maior colheita de frutos por área do país. São 34,6 toneladas por hectare no DF em comparação à média de 13,9 ton./hec. ao longo de todo o Brasil. A quantidade supera em mais da metade da produção de Santa Catarina, que está em segundo lugar no ranking, nove posições abaixo da média nacional.

Crescimento

No DF, há 12 anos, a produção do fruto era de 2.280 toneladas. Entretanto, no último ano de cálculo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2017, esse número mais que dobrou e atingiu a marca de 5.190 ton. Em quantidade de maracujás colhidos, a Unidade Federativa ocupa a 18ª posição.

Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fábio Faleiro, a alta produtividade está relacionada, principalmente, à boa relação e comunicação entre três partes do processo de produção: a pesquisa, os técnicos rurais da Empresa de Assistência Técnica e Rural do DF (Emater-DF) e o agricultor.

“O produtor liga e pergunta o motivo da produção dele não estar tão boa, apesar da irrigação e adubagem corretas. O problema está no uso da semente do pomar anterior. Não há melhorias e sempre será a mesma produção. Com as tecnologias, gasta-se menos com agroquímicos e a qualidade do produto aumenta para o consumidor”, afirma.

Na pesquisa, a Embrapa desenvolve maracujás geneticamente superiores àqueles normalmente retirados de plantações comuns, mas não significa que sejam resultados de transgenia ou do uso de agrotóxicos. O BRS Gigante Amarelo, por exemplo, lançado em 2009, tem sido utilizado e tido êxito nas plantações.

A técnica para se chegar aos frutos evoluídos consiste no cruzamento entre diferentes sementes de variadas espécies das cultivares. Cruzamento realizado por meio de uma fertilização direcionada, feita manualmente, sem o uso de tecnologias que alteram o material genético dos maracujá.

Foto: Vitor Mendonça/Jornal de Brasilia

Uma solução: plantio feito em estufas

Um dos trunfos da maior produção de maracujás no DF é também o uso da estufa nas plantações do fruto. Quem começou com a técnica inusitada foi o produtor e técnico em agropecuária da Emater-DF, Geraldo Magela, mineiro de 56 anos. A inspiração veio de um amigo produtor cuja família já tinha tradição na plantação do fruto.

Na estufa, a produção anual é mais que o dobro da produtividade nacional e o triplo do que se produz ao ar livre. A previsão da produtividade para esse ano, de acordo com Magela, é muito boa, pois as chuvas reduzidas em dezembro e janeiro favoreceram o cultivo.

Magela já é conhecido nacionalmente como Magela do Maracujá. A sensação é muito boa para o extensionista. “A gente acreditar numa ideia e ver ela acontecendo é extremamente gratificante, né? Não tem nem como explicar o quanto”, comemora.

Saiba Mais

O maracujá precisa de pelo menos 11 horas de luz e temperatura acima de 15 graus para ter um bom ambiente de cultivo. Como no Brasil e no DF essas são condições naturais da região, fica fácil o plantio e florescimento. Durante 10 meses ele floresce, de agosto a maio. As floradas de junho e julho, por serem meses mais frios e com o dia mais curto, não duram.

Depois da polinização, após três a quatro dias, o fruto já começa a aparecer. Dentro de 15 a 20 dias ele alcança o tamanho de um fruto normal. A partir daí , ele começa a se formar por dentro. Esse processo de maturação dura aproximadamente de 50 a 70 dias. Ele primeiro se forma por fora para depois formar a polpa por dentro.

Na maioria das vezes, a colheita é feita de frutos caídos no chão, mas, ao se colher no pé, a qualidade e durabilidade são maiores. O maracujá deve ser colhido no pé quando amarelado em pelo menos um terço da casca.

 

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