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Brasília

Primeira PPP: consórcio assume a gestão do Centro de Convenções

Arquivo Geral

06/08/2018 17h23

Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

João Paulo Mariano
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Enfim, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães vai passar para as mãos do consórcio Capital DF, uma das Parcerias Público Privadas (PPPs) fechadas entre o Governo de Brasília e anunciadas ainda em 2015. A assinatura do acordo ocorreu na tarde desta segunda-feira (6), no próprio Centro de Convenções, apesar de o nome ter sido divulgado em março. A publicação no Diário Oficial do DF deve ocorrer entre terça (7) e quarta-feiras (8) e sacramenta a primeira PPP do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB).

Com a mudança de gestão, toda a estrutura do edifício passa a ser de responsabilidade do consórcio, formado pelas empresas VGS Produções, ESB 116 Administração e CICB, por um período de 25 anos. Ao todo, o conjunto de empresas, que foi o único que apresentou proposta, tem de repassar R$ 63,6 milhões aos cofres públicos. Desses, há uma entrada de R$ 3,8 milhões na assinatura e um pagamento anual de R$ 2,6 milhões até o final do contrato. Além disso, o governo receberá uma fração dos lucros anuais do contrato.

Secretário de Turismo Jayme Recena e integrantes do Consórcio Capital DF assinam acordo. Foto: Lula Lopes/Setul-DF

Nos primeiros dois anos, o consórcio não precisa repassar nenhum valor ao GDF, pois cuidará das reformas obrigatórias. A manutenção do centro custava em torno de R$ 2,5 milhões por ano, e gerava lucro praticamente igual. Assim, não havia lucratividade.

Para o secretário de Cultura, Jayme Recena, o governo não conseguia dar a atenção necessária para o Centro de Convenções, mas, com a PPP, será possível elevar o nível do espaço. “Tirando o Centro das despesas do governo, teremos a possibilidade de investir em outros setores, como a educação e a cultura”, complementa.

Reformas estruturais

Com 18 anos de existência, o Centro de Convenções Ulysses Guimarães recebia reclamações sobre a falta de manutenção da estrutura, que se deteriorou com o tempo. Os problemas passam pelas partes elétrica e hidráulica, além da fachada, onde é possível ver muitos revestimentos caídos. O sistema de ar-condicionado, que apresentava problemas, também vai passar por revitalização.

Ao todo, os gastos com essa parte ficarão em R$ 12 milhões e sairão do bolso das empresas do consórcio. O consultor-geral do Capital DF, Marcos Cumagai, relata que o consórcio já tem um plano de revitalização pronto e deve enviá-lo aos órgãos de fiscalização e recuperação. A estimativa é que em até 120 dias as mudanças propostas sejam aceitas e comecem a ser empregadas.

“Queremos posicionar o Centro, que está entre os 10 maiores do país, entre os melhores do meio. Nosso negócio são os eventos e queremos crescer nisso”, afirma Marcos Cumagai. Nenhum dos eventos que já estavam marcados no espaço serão desmarcados, mesmo com a reforma. Toda a agenda foi mantida. O GDF terá direito a utilizar o espaço por 10 dias de forma gratuita, anualmente. Além de continuar usufruindo das salas onde está a Secretaria de Turismo.

Marcos Cumagal, coordenador Geral do consórcio Capital DF, explica os termos da assinatura entre Governo e empresas. Foto: Lula Lopes/Setul-DF

Modificações
Entre os espaços que vão ser modificados está a Praça dos Namoradores, que fica na área externa, virada para a Torre de TV. Ali, existe o plano de que seja feito um estacionamento subterrâneo com 940 vagas e uma praça gastronômica na parte de cima – respeitando as árvores existentes.

Já no auditório Master, o maior do centro, terá a capacidade aumentada. Atualmente, comportam-se 2.870 pessoas, mas, com a construção de três ou quatro camarotes, haverá mais espaço. “Tudo o que estamos planejando deve ficar pronto em até dois anos. Nada vai ficar fechado. Tudo vai ser feito em paralelo com o funcionamento do espaço”, afirma Marcos Cumagai.

Desde sua inauguração, o Centro de Convenções já foi palco de inúmeras atrações nacionais e internacionais, tanto do teatro quanto da música, além do 8º Fórum Mundial da Água e a Campus Party.

Saiba mais – PPP
Uma Parceria Público Privada (PPP) é um instrumento pelo qual o governo cede a responsabilidade, temporariamente, de determinado espaço ou instituição para uma empresa ou um consórcio. Em contrapartida, o GDF recebe um aporte financeiro, já que a empresa ficará com os lucros da exploração comercial.

Em 2015, o Governo de Brasília lançou PPP para uma série de espaços, entre eles o Autódromo Nelson Piquet; o ArenaPlex, do qual fazem parte o Ginásio Nilson Nelson, o Estádio Nacional e o Complexo Aquático Cláudio Coutinho; e o Parque da Cidade. O Centro de Convenções Ulysses Guimarães é a primeira PPP a ser finalizada desde o início do governo atual.

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