Cinco pessoas foram presas preventivamente na manhã desta quarta-feira (18). Elas são suspeitas de expulsar famílias do Acampamento Paulo Daniel, localizado no Incra 09, em Ceilândia (divisa com Brazlândia). O objetivo, segundo investigações, era construir um condomínio irregular.
Além dos cinco mandados de prisão preventiva, foram expedidos 12 de busca e apreensão. A Polícia Civil (PCDF) vinha investigando o grupo desde o início do ano, até deflagrar a Operação Terra Sem Lei, que resultou nas prisões.
O crime
Em 2016, a União-DF repassou ao Incra uma área de 761 hectares na Fazenda Sálvia, localizada no núcleo rural Alexandre Gusmão, em Ceilândia. À época, o Incra permitiu que um movimento social assentasse cerca de 40 famílias na região. As pessoas foram alocadas ali para aguardar serem beneficiados com imóveis cedidos por programas de moradia, como o Morar Bem, por exemplo.
Três anos depois, no início de 2019, um grupo deu início a uma rebelião, com a intenção de tomar as terras para construir um condomínio irregular. Para se apropriar dos terrenos, os suspeitos roubavam os pertences e até expulsavam as famílias que se mostravam contrárias à ação criminosa.
Sete famílias foram expulsas de fato. Algumas tiveram os barracos queimados e os bens furtados pelo grupo suspeito. Os líderes da quadrilha são acusados, inclusive, de serem mandantes de um incêndio criminoso na região. Um deles é acusado de homicídio cometido a golpes de faca no último dia 6 de dezembro contra um comparsa.
Segundo as investigações, os suspeitos cercavam os barracos à noite armados com revólveres de fabricação caseira. Por vezes, chegavam a atirar para amedrontar as vítimas. Uma das famílias se mudou para o estado da Bahia.
As investigações são da Delegacia Especial de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema), com o apoio da Divisão de Operações Especiais (DOE), da Divisão de Operações Aéreas (DOA), do Departamento de Atividades Especiais (Depate) e da 24ª DP (Setor O).
