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Brasília

Presidente do Simbeleza vê salões e barbearias como serviço essencial e fala sobre reabertura: “Alívio”

Por outro lado, alunos e profissionais das academias se sentem inseguros com retorno. Sinpro-DF se manifestou repudiando postura do governador

Redação Jornal de Brasília

03/07/2020 8h33

Pedro Marra e Willian Matos
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Após o Governo do Distrito Federal (GDF) publicar um cronograma de reabertura de todo o comércio e de instituições de ensino públicas e particulares, representantes dos setores envolvidos se manifestaram a respeito.

Salões de beleza, barbearias e afins estão autorizados a funcionar a partir da próxima terça-feira (7), assim como academias de qualquer esporte. Bares e restaurantes retornam no dia 15. Instituições particulares de ensino podem retomar aulas no dia 27. Por fim, instituições públicas de ensino poderão reabrir no dia 3 de agosto.

Para o presidente do Sindicato dos Salões de Barbeiros, cabeleireiros, profissionais autônomos na área de beleza e instituto de beleza para homens e senhoras do Distrito Federal (Simbeleza), Célio Ferreira de Paiva, a reabertura é um “verdadeiro alívio”.

“Essa é uma decisão que para nós veio como um verdadeiro alívio para a tensão que vivemos até hoje, sem previsão, sem esperança, muitas empresas fechando. A gente tem consciência que a situação de saúde é grave, entretanto é uma atividade essencial. Não tem ninguém que esteja aí sem cortar o cabelo nesses quatro meses, nem sem fazer a unha”, afirma o presidente.

Segundo Célio, a reabertura do setor não vai resultar em aumento de casos de infecção pela covid-19. “A gente, cumprindo toda a regulamentação dos cuidados com a biossegurança, acredita que o setor não pode ser responsabilizado em caso de aumento [de números do novo coronavírus]. Não vai haver esse caos todo que muita gente está prevendo, até porque as atividades não estavam deixando de serem feitas, com muita gente indo para a informalidade, atendendo nas casas”, aposta.

Salões de beleza, barbearias e afins devem reabrir as portas na próxima terça (7). Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Alunos preferem manter treinos online

Quanto às academias, nem todo mundo pretende retornar aos comércios após a reabertura. Embora seja apaixonada por exercícios físicos, a empresária Juana Ferreira, de 40 anos, deve seguir mantendo a forma em casa. “Às vezes faço exercício cardiovascular às 5h, às vezes faço à noite. Por enquanto, vou preferir ficar malhando em casa”, assegura.

O proprietário da Vessel Crossfit, na 507 Sul, Adriano Santos, reitera a fala de Juana. “Alguns decidiram que vão ficar treinando online. Outros pedem para continuar deixando o plano deles congelado. Dos 60 alunos ativos, a minoria vai voltar: uns cinco praticantes”, relata.

Adriano tem o ‘pé atrás’ quanto à reabertura, mas diz que vai ter que retornar às atividades. “Não confio plenamente, pois é arriscado e provavelmente vai aumentar o número de casos [de covid-19]. Acho que é perigoso, mas vou ter que reabrir”, lamenta.

Sinpro se posiciona contra a volta

Em nota, o diretor do Sindicato de Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), Samuel Fernandes, se mostrou insatisfeito com as reaberturas de aulas presenciais por parte de Ibaneis Rocha. “Esse decreto demonstra uma atitude inconsequente do governador em obrigar professores e alunos a frequentarem as escolas de forma presencial, a partir do dia 3 de agosto. Com essa medida teremos mais de 500 mil pessoas circulando diariamente nas ruas e nas escolas públicas ”, diz.

Samuel contesta o controle das medidas de segurança nas instituições. “Como professores irão garantir o uso de máscaras pelos alunos? A higienização das mãos? Como será  a desinfecção dos ambientes que terão circulação constante por centenas de alunos dentro de uma escola durante todo o dia?”, questiona.

“A grande maioria das salas de aula são pequenas, superlotadas e sem ventilação adequada. É impossível garantir o distanciamento de 1,5m por aluno. Infelizmente, ao longo do mês de agosto, iremos contabilizar o número de mortes de professores, alunos e seus familiares por conta dessa decisão irresponsável do governador Ibaneis.”

Para que os setores reabram, o GDF determinou diversas medidas de prevenção, como higienização dos estabelecimentos, distanciamento de cadeiras em bares, restaurantes e escolas, dentre outras ações. Relembre os detalhes do decreto.

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