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Brasília

Precaução: bares e restaurantes do DF reabrem com novos protocolos

Após 118 dias fechados, os estabelecimentos do comércio alimentício do DF começam a ver a possibilidade de reaquecimento na economia

Vítor Mendonça

15/07/2020 14h59

Restaurante Sabor Brasília. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Os novos costumes para frequentar Restaurantes e Bares passam a ser conhecidos pelos brasilienses nesta quarta-feira (15). Após 118 dias fechados, os estabelecimentos do comércio alimentício do Distrito Federal começam a ver a possibilidade de reaquecimento na economia, ainda que de forma lenta e gradual.

A expectativa era de baixo movimento, que se confirmou no horário de almoço. Diante do cenário local frente a pandemia, a palavra de ordem neste primeiro dia de reabertura para os comerciários do setor é de cautela. “A precaução neste momento é o mais importante”, afirmou o presidente da Abrasel Beto Pinheiro, também sócio da franquia de restaurantes Coco Bambu no DF.

“A ideia é começar com pequenos passos. Os restaurante estão com equipes e cardápio reduzidos. Vamos voltando com prudência e responsabilidade, seguindo todo o protocolo. Isso é necessário para aumentar a receita das empresas”, afirmou Beto.

O restaurante Sabor Brasília, que funcionava em modelo self-service, adaptou o atendimento para a segurança do cliente e a garantia de retornos financeiros mais concretos. Ao invés do cliente se servir, agora, as mãos que levam a comida da bandeja ao prato são as da proprietária do negócio, Cleide de Oliveira, 54 anos, que há 16 mantém o estabelecimento na quadra 504 da Asa Sul.

“Esse sistema novo eu vi no ano passado, em Lisboa, [Portugal] e lembro de ter gostado bastante. Agora com essa situação, pude finalmente colocar em prática”, disse a proprietária. “O cliente escolhe e a gente serve. Fizemos alguns pratos padrão e também estamos servindo no quilo”, explicou.

Cleide de Oliveira, proprietária do Sabor Brasília. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Apesar da retomada, ela admite o baixo movimento neste primeiro dia. Poucos lugares foram ocupadas no horário de almoço e a expectativa é que se mantenha assim durante os próximos dias, com um pouco mais de fluxo nos meses seguintes. Das 88 cadeiras disponíveis, apenas 30, divididas em 15 mesas para dois, passaram a ser utilizadas ali.

“Acredito que esse ano a gente só vai tentar segurar o negócio. Não tem previsão de retorno [financeiro]. Acho que só quando sair a vacina que as pessoas estarão mais seguras. Mas quem sabe eu tenha alguma surpresa ainda, né?”, torce, otimista. De acordo com a comerciária, ainda há a preferência pelo sistema de delivery e take-out, oferecendo mais segurança para as pessoas até que haja uma solução efetiva e contundente contra o novo coronavírus.

Segundo o representante da Abrasel, o fluxo reduzido está dentro do planejado. “Eu acredito que neste primeiro mês nós teremos um fluxo de pessoas entre 40% e 50% do anterior”, estimou Beto. De acordo com ele, parte da população ainda não sabe da reabertura que foi programada para hoje. “Os clientes estão em dúvida se abriu realmente, recebemos algumas ligações perguntando sobre isso”, comentou.

Quem sentiu segurança para consumir no local aprovou as novas medidas. Foi o caso de Frederico Carneiro, 47, bancário, e Ahadson Pereira, 51, funcionário de uma lotérica nas proximidades. Os dois costumavam frequentar o local antes da pandemia e voltaram ao estabelecimento. “Achei bom e me senti seguro. Do que eu vejo na rua, as pessoas estão se cuidando, mas não cabe a mim afirmar que era a melhor hora para abrir”, disse Frederico.

Ahadson Pereira é cliente do Sabor Brasília há três anos. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Para Ahadson, almoçar sozinho é uma possibilidade, porém, dividir a mesa com um colega de trabalho ou conhecido ainda levará mais tempo. “Hoje eu não sentaria à mesa com um amigo meu em um restaurante, a não ser que fosse alguém que com quem eu conviva de maneira muito próxima. Mas acho meio complicado ainda. Não sei por onde a pessoa anda e precisamos tirar a máscara para comer, então ainda não sentaria”, afirmou.

O presidente da Abrasel ressalta ainda a preocupação que a população deve ter para frequentar os restaurantes, a fim de que não sejam pontos de proliferação da covid-19. “O que pedimos é que a população não fique chateada com as novas regras estabelecidas. Queremos que ele entenda que tudo foi pensado para o bem deles e dos funcionários”, explicou.

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