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Brasília

Combustíveis acabam em Distribuidoras de Bandeira Branca

Arquivo Geral

24/12/2018 13h11

Posto de gasolina da Petrobras, no Setor de Indústrias Gráficas. Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília.

Rafaella Panceri
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O risco de desabastecimento de combustíveis no Distrito Federal está cada vez mais palpável. Como noticiado pelo JBr. no último sábado (22), redes de postos denunciaram a baixa dos estoques e a insuficiência do abastecimento por parte da Petrobras. Neste domingo (24), a situação se agravou. Um posto da rede Zema está com os tanques de gasolina vazios e conta apenas com diesel e etanol, sem previsão de normalização. Não é o único. Em off, gerentes do setor acreditam que está em curso um processo de retaliação.

Segundo o gerente, a Petrobras parou de fornecer o produto há duas semanas e, na prática, não está produzindo o suficiente para sanar o consumo de Brasília. Na rede Alcol, há o mesmo problema. As reservas são definidas como “muito baixas” e, segundo o gerente, os postos não conseguem comprar combustível desde a última sexta-feira (21).

Alguns dos postos VPex estão com estoque baixo. A rede também está com problemas para comprar combustível desde a última sexta-feira (21). “A Petrobras deixou de fazer o bombeio para os fornecedores e nossos postos de bandeira branca ficaram nessa situação. Os postos bandeirados estão com estoque normal, mas nos postos Ipiranga já começaram a cortar o volume de compras”, explica a gerente, que hoje recebeu apenas 5 mil litros de 10 mil que havia comprado.

“Não nos dão resposta precisa sobre as razões. Uma hora dizem que é por causa de um problema do duto. Outra hora dizem que é por causa do preço”, complementa. “Existe, sim, risco de desabastecimento, porque estamos sem produto em alguns postos. Pagamos antecipado, à vista, e não estão oferecendo o produto”, reclama. De qualquer forma, uma coisa é certa: tudo indica que se trata de uma estratégia para os postos se tornarem bandeirados.

Consumo
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis/DF), Paulo Tavares, acredita que o problema tenha a ver com uma lógica simples de oferta e demanda.

“Alguns postos fizeram promoções nas últimas semanas e geraram aumento do consumo, muito além do previsto na cota do mês, em um cenário de baixo consumo. A cada mês, Brasília vinha consumindo menos. De 2016 a 2018, a queda foi de 20%”, analisa.

“As cotas estabelecem limites para os postos. O Brasil é autossuficiente em combustível, mas dentro de um limite. As promoções não foram feitas com valores razoáveis. O pessoal está trabalhando no limite do lucro, sem controle. Um baixa o preço e todos vão atrás”, pontua.

Versão oficial
A Petrobras S.A afirma que o abastecimento está normal entre as refinarias e as distribuidoras. Uma das possibilidades apontadas por ela para a falta de combustível é a logística dos caminhões durante a época de festas de fim de ano.

A distribuidora BR negou desabastecimento e afirmou que os postos estão plenamente abastecidos.

 

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