O diretor da carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE/PCDF), Paulo Martins dos Santos, e um policial civil foram presos nesta segunda-feira (31). A dupla é suspeita de permitir regalias aos presos na operação Falso Negativo, que investiga fraudes na compra de testes para covid-19.
Um dos membros que estavam tendo regalias era o secretário-adjunto de Gestão em Saúde, Eduardo Seara Machado Pojo do Rego. Pojo estava recebendo a mãe e o amigo na carceragem. Só é permitida a visita de advogados.
A corregedoria da PCDF investigará a suposta ação criminosa dos agentes.
A cúpula da Saúde presa vai deixar a DPE e ser transferida para o Complexo Penitenciário da Papuda nesta terça-feira (1). Ao chegar, eles serão submetidos a testes de covid-19 e isolados por 14 dias como medida de prevenção. Todo preso que é encaminhado à Papuda está passando por este procedimento.
Relembre a operação
Na última terça-feira (25), o secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, e outros cinco membros da pasta foram presos preventivamente. Segundo o MPDFT, responsável pela operação Falso Negativo, alguns servidores estariam se organizando para fraudar licitações e comprar testes IgG/IgM de baixa qualidade e com preços superfaturados.
Duas compras de testes são investigadas. Em uma delas, a fornecedora dos exames é uma empresa do ramo de brinquedos infantis. Ao todo, o prejuízo aos cofres públicos do DF gira em torno de R$ 18 milhões.
No DF, também foram presas outras quatro pessoas ligadas à Secretaria de Saúde e uma ligada ao Laboratório Central (Lacen). São eles:
- Eduardo Hage, subsecretário de Vigilância à Saúde;
- Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, secretário-adjunto de Gestão em Saúde;
- Ramon Santana Lopes Azevedo, assessor especial da Secretaria de Saúde;
- Ricardo Tavares, ex-secretário-adjunto de Assistência à Saúde;
- Jorge Antonio Chamon Junior, diretor do Lacen.
O subsecretário de administração-geral da Secretaria de Saúde, Iohan Andrade Struck, também teve mandado de prisão expedido. No entanto, a defesa de Iohan alega que o subsecretário está em isolamento por suspeita de covid-19. Ele é considerado foragido. O subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage, teve habeas corpus concedido pela Justiça e foi liberado na sexta (28).
Todos os envolvidos foram afastados pelo governador Ibaneis Rocha até o fim das investigações. O ex-secretário de Saúde Osnei Okumoto reassumiu a pasta de forma interina após a prisão de Francisco.