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Brasília

Polícia Federal deve investigar atentado a livros na UnB

Arquivo Geral

05/10/2018 9h58

Divulgação

Jéssica Antunes
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A Polícia Federal deve investigar o atentado a livros de história e direitos humanos na Biblioteca Central do Estudante (BCE) Universidade de Brasília (UnB). Os casos estariam ocorrendo desde o início do ano e pareciam isolados, mas, desta vez, atingiu cinco obras de uma vez só e chamou a atenção. Páginas foram arrancadas em trechos que falam sobre o fim da ditadura militar e da luta por direitos. Para a administração, os casos foram propositais.

“A BCE está, no momento, fazendo uma varredura em outros títulos acerca desse assunto, de forma a verificar se há mais obras rasgadas. Será aberta uma investigação preliminar para apurar as circunstâncias e identificar os responsáveis”, informou a administração. Em nota, a Universidade afirmou que “repudia quaisquer atos de vandalismo” e disse que abrirá processo junto à Polícia Federal, órgão que apura casos de dano ao patrimônio da instituição.

O caso chamou a atenção e causou tristeza e revolta de alunos e comunidade escolar. Nas redes sociais, as manifestações de repúdio são maioria. A própria publicação da BCE passava de 3,5 mil compartilhamentos na manhã desta sexta-feira (5). “Quem depreda o patrimônio da Universidade, não importa as circunstâncias, deve ser expulso”, pediu um internauta. “Muito triste o vandalismo de modo geral e pior ainda em um acervo tão rico como o da BCE”, apontou um segundo.

A identificação dos responsáveis, no entanto, deve ser difícil. O sistema de monitoramento da instituição não chegam às estantes de onde foram tirados os livros. Também não há cadastro das pessoas que entram ou saem dali – apenas quando tiram as obras da biblioteca. Os livros devem ser restaurados.

Em nota pública, o Ministério dos Direitos Humanos lamentou o ocorrido e afirmou que rasgar obras literárias sobre o assunto é uma maneira de impedir a formação de visão crítica e democrática do mundo. “A construção de uma sociedade plural, pacífica e tolerante pressupõe a coexistência de ideias e leituras distintas sobre fatos incontestáveis da história recente de nosso país”, diz a publicação.

 

 

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