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Brasília

Polícia busca última foragida de assassinato de travesti em Taguatinga

Arquivo Geral

03/05/2018 14h35

Foto: Divulgação/PCDF

Matheus Venzi
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Ainda falta uma prisão para solucionar de vez o assassinato da travesti Ágatha Lios, de 22 anos. O crime aconteceu em 26 de janeiro do ano passado. Após a detenção da penúltima suspeita em São Paulo (SP), no dia 5 de março – uma travesti que utiliza o nome social de Bruna -, a polícia agora está à procura da última envolvida. Samira, ou Francisco Delton Lopes de Castro, está foragida.

O caso é investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

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Samira (Foto: Divulgação/PCDF)

De acordo com a delegada-adjunta do Decrin, Érica Luna, a suspeita pode estar próxima do Distrito Federal. “Depois do assassinato, três das quatro envolvidas foram para Manaus (AM) na tentativa de fugir, e apenas Samira permaneceu na região. Acreditamos que ela está em Goiânia (GO), vivendo com um companheiro”, comenta.

Duas das travestis que foram para a capital amazonense acabaram presas em 18 de julho de 2017, após o envolvimento em um roubo na região: Lorrane Castro e Carol Andrade.

Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília

Bruna teria se separado das colegas semanas antes do acontecimento e seguido para a capital paulista. Ali, ela continuava fazendo programas para sobreviver. “Nós recebemos a informação sobre o paradeiro dela e informamos à Polícia Civil de São Paulo. Eles efetuaram a prisão e a encaminharam para o DF”, detalha a delegada.

Atualmente, Bruna encontra-se em uma cela especial, separada dos outros presos, no complexo penitenciário masculino.

Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília

Além do homicídio de Ágatha, Bruna já respondia por uma tentativa de homicídio ocorrida em 2016, em São Paulo. “Ao que parece, ela e outra travesti acabaram roubando um cliente quando viram que ele estava com muito dinheiro. A vítima foi esfaqueada, mas conseguiu sobreviver”, confirma Érica.

Todas as envolvidas vão responder por homicídio qualificado e podem pegar de 12 a 30 anos de prisão. Agora, as buscas da Decrin vão se intensificar para localizar e prender Samira. Quaisquer informações sobre o paradeiro dela, que possui o registro oficial no nome de Francisco Delton Lopes de Castro, devem ser repassadas à Polícia Civil.

Relembre o crime

De acordo com a delegada. Ágatha tinha uma rivalidade com as outras travestis. “Ela era bem bonita. Então, as outras começaram a se sentir ameaçadas ao ver que a rival estava  fazendo clientes na área delas. As travestis deram um ultimato para a vítima sair dali e ir se prostituir em outro lugar. Entretanto, Ágatha persistiu e acabou morta”, relembra Érica.

Reprodução

No dia do assassinato, Lorrane, Carol, Bruna e Samira sabiam que a vítima estava próxima da região e decidiram pedir um Uber para segui-la. Foi iniciada uma perseguição, que só acabou dentro de uma unidade dos Correios. As quatro criminosas conseguiram conter Agatha e a esfaquearam até a morte, para depois fugirem.

Segundo Érica, a disputa de território de garotas de programa e travestis é bastante comum na região. “É um problema sério e recorrente. Inclusive, já montamos operações para desarticular o esquema de prostituição que acontece ali”, conclui.

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