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Brasília

PM que atirou em médico durante abordagem em Brasília é indiciado por homicídio doloso

A polícia investiga ainda a participação de outros policiais que estavam presentes durante a abordagem

Redação Jornal de Brasília

01/07/2020 13h09

O médico Luiz Augusto Rodrigues, de 45 anos, foi morto com um tiro na cabeça que foi disparado por um policial militar (PM), no dia 28 de novembro. O agente, que não teve a identidade revelada, teria efetuado dois disparos contra o médico durante uma abordagem, na Asa Sul. O inquérito da Polícia Civil foi encerrado e o policial foi indiciado por homicídio doloso, quando se assume o risco de matar.

A polícia investiga ainda a participação de outros policiais que estavam presentes durante a abordagem. Para concluir o inquérito que investigava o autor dos disparos, os investigadores reconstruíram a cena do crime. O delegado Marcelo Portela, que atua nas investigações, afirma que o PM utilizou uma arma longa para atirar contra a vítima. Foram efetuados dois disparos contra o médico, que morreu na hora. 

“Verificamos que esse policial agiu de forma imprudente nesses tiros que acabaram por vitimar essa pessoa e, em decorrência disso, nós o indiciamos por homicídio doloso, com dolo eventual”, relatou o delegado ao Portal G1.

Inicialmente, a guarnição levou em consideração a hipótese de legítima defesa com disparo acidental, devido aos diferentes depoimentos que entravam em contradição. No entanto, o resultado da investigação foi encaminhado para a Justiça, que repassará ao Ministério Público do DF. 

A família de Luiz Augusto diz esperar justiça e que o responsável pague pelo crime. O médico era casado e deixou dois filhos, um com 5 e outro com 11 anos.

“Que fique de alerta para as autoridades. Não porque ele era um médico e estava na Asa Sul […], qualquer pessoa merece respeito. A vida é o maior bem que temos. A gente espera justiça”.

O caso

Luiz Augusto foi morto por um disparo de arma de fogo, após sair de um bar acompanhado de um amigo, um sargento da reserva. Os dois foram abordados por uma equipe da Polícia Militar.

Na época, a corporação havia alegado que o sargento teria apontado uma arma para os PMs, que, por sua vez, atiraram na vítima. A Polícia Militar afirma que a equipe “teve que agir em legítima defesa”.

O Portal G1 teve acesso a um vídeo gravado pelos PMs, na noite do ocorrido. O registro mostra o sargento sendo interrogado momentos após o disparo. As imagens mostram o homem, que aparenta estar embriagado, no chão, com as mãos para trás.

Enquanto isso, o corpo do médico permanece caído. Um policial pergunta por que o sargento reformado apontou a arma para o carro da PM. O sargento diz que ingeriu bebida alcoólica e que estava protegendo o amigo.

“Cara, olha pra mim. Olha pra mim. Eu já tô, olha pra mim. Eu posso te falar com sinceridade. Entre nós aqui, entre nós aqui. Eu tomei uma, eu tava protegendo o doutor Luiz, olha aqui pra mim.”

“Me desculpa, perdão”, reafirmou o amigo do médico assassinado.

Em um outro momento, o homem negou que tivesse apontado a arma para os policiais. “Eu não apontei a arma para a viatura, cara. Cara, vocês tão querendo queimar a gente.”

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