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Brasília

Planaltina entre as mais perigosas

Cidade ocupa 4º lugar no ranking de pessoas desaparecidas no DF. Paranoá também está na lista

Lindauro Gomes

02/09/2019 5h31

Planaltina é história pura. Pelas ruas da parte mais antiga, as construções preservadas remetem a um período em que a capital da República, Brasília, não passava de um sonho. Segunda-feira (19/08) o mais antigo núcleo urbano do DF completa 160 anos. Foto: Lucio Bernardo Jr/Agência Brasília.

Larissa Galli e Pedro Marra
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Dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) revelam que a região de Planaltina (DF) está entre os locais em que mais pessoas desaparecem na capital. De 2016 a 2018, a cidade permaneceu no top 4 do ranking de pessoas desaparecidas. É lá também que se concentra um grande número de casos de violência sexual contra mulheres. Entre 2016 e o primeiro semestre deste ano, Planaltina se manteve entre o três lugares mais perigosos para mulheres no DF.

Foi nesta região que aconteceram os crimes que chocaram o DF e o Brasil esta semana. Letícia Curado, de 26 anos, foi encontrada morta na segunda-feira (26) às margens da BR 250. Genir Pereira de Sousa, de 47 anos, desapareceu no dia 2 de junho e foi encontrada morta 10 dias depois, em uma região entre Planaltina e o Paranoá. Ambas foram brutalmente assassinadas por Marinésio dos Santos Olinto, de 41 anos, que está preso desde segunda-feira.

Em 2016, 1545 mulheres desapareceram no DF, o que representa 49% do total de sumiços. Deste número, 924 mulheres estão na faixa etária de 13 a 17 anos e 301 envolvem mulheres de 18 a 29 anos. Ao todo, mais de três mil pessoas sumiram no Distrito Federal. No mesmo ano, 212 pessoas sumiram só em Planaltina, que se caracteriza como a terceira cidade onde mais são registrados sumiços, com 7,3% de concentração dos casos no DF. Já o Paranoá está em 14º lugar neste ranking, com 79 pessoas desaparecidas.

No ano de 2017, 1229 mulheres sumiram em todo o DF, a maioria também na faixa etária de 12 a 30 anos. Em Planaltina – que caiu para quarta cidade com mais desaparecimentos – 205 pessoas sumiram. O número cai para 71 indivíduos quando se trata do Paranoá, que foi a 13ª região administrativa com maior número de desaparecimentos no levantamento feito pela SSP.

Em 2018, o nú mero de mulheres desaparecidas diminuiu para 1081 no DF, totalizando 43% do total. Foram 599 garotas de 12 a 17 anos dadas como sumidas no DF. Já as mulheres entre 18 e 30 anos representam 203 sumiços. Planaltina seguiu em quatro lugar no levantamento, mas com 191 pessoas de ambos os sexos desaparecidas. Enquanto isso, a Secretaria registrou 80 indivíduos sumidos no Paranoá.

Em 2018, 53 estupros

Planaltina também se destaca no ranking das regiões administrativas em que mais ocorrem casos de violência contra a mulher. Só no primeiro semestre de 2019 já foram registrados 25 casos de estupros no local, que configura por enquanto como a terceira cidade mais violenta para mulheres no DF. No Paranoá, foram 10 estupros até agora, colocando a cidade em 10º lugar no ranking.

Já em 2018, Planaltina registrou 53 estupros e figurou como a segunda cidade com maior índice de casos. Neste mesmo ano, Paranoá contabilizou 25 estupros. No ano anterior, em 2017, este número foi maior tanto em Planaltina quanto no Paranoá: 102 crimes de estupro ocorreram na região, sendo 71 só em Planaltina, que configurou como a terceira cidade mais perigosa.

Em 2016, a SSP revelou que foram 58 casos de estupros em Planaltina e 14 no Paranoá. Neste ano, as regiões administrativas ocuparam o 2º e 18º lugar no ranking de cidades mais violentas, respectivamente.

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