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Brasília

PCDF prende um dos acusados de esfaquear jovem em Brazlândia

Suspeito estava em Corrente-PI e foi recambiado nesta quinta (5). O crime em questão, ocorrido há mais de um ano, foi motivado por homofobia. Relembre o caso:

Willian Matos

06/11/2020 7h41

Mais de um ano depois do crime, a 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), em parceria com a Polícia Civil do Piauí (PCPI), prendeu um dos três maiores de idade suspeitos de esfaquear o jovem Felipe Augusto Correia Milanez em Brazlândia. O caso ocorreu em outubro do ano passado. Na ocasião, diversos suspeitos atacaram Felipe a facadas por homofobia.

A 18ª DP identificou três maiores e quatro menores de idade envolvidos no crime. Nesta quinta-feira (5), um dos maiores foi trazido ao DF e está à disposição da Justiça. Outro maior já havia sido preso; o terceiro chama-se Jean Lima da Silva, tem 20 anos e ainda está foragido. Quanto aos quatro adolescentes, a DP não repassou informações.

Jean Lima da Silva, foragido. Foto: Divulgação/PCDF

O caso

O estudante de odontologia Felipe Augusto Correia Milanez, 24 anos, passeava à beira do lago de Brazlândia com um amigo, no dia 7 de outubro de 2019, quando cerca de 12 pessoas o cercaram e o esfaquearam pelo menos 17 vezes. Durante a tentativa de homicídio, Felipe ouviu ofensas como “bichinha”, “mulherzinha”, “arrombado”, “vamos matar esse viado”, entre outros termos de cunho homofóbico.

Além das facadas e das duras ofensas, Felipe relata que teve o cabelo cortado à força pelos suspeitos. “Eles cortaram meu cabelo na faca. Ele era grande, e agora está super curto”, explica. O estudante cita que, enquanto realizavam as agressões, os homens o ameaçavam de morte a todo o momento. “Eles falavam: ‘agora vai ser menos um viado no mundo’”, relembra.

Após sofrer os golpes, Felipe conseguiu engatinhar até um carro que estava parado próximo ao local das agressões. No veículo, ele encontrou um conhecido. Mesmo com os agressores cercando o automóvel e ameaçando quebrar as janelas, o motorista conseguiu arrancar dali e leva-lo ao Hospital Regional de Brazlândia (HRBz).

Mesmo acamado, a vítima seguiu sendo ameaçada. Por volta de 7h do dia seguinte, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) recebeu uma ligação informando que os suspeitos rondavam a unidade, provavelmente à espera da alta do jovem.

No hospital, verificou-se que algumas das facadas atingiram o pulmão de Felipe, sendo necessária drenagem pulmonar. Ele também rompeu alguns dos ligamentos do joelho esquerdo. Além dos golpes no peito, nas costas e nas pernas, o jovem sofreu perfurações na cabeça e nos braços.

Tendo como base o fato de a estrutura capilar fazer parte da identidade de todo ser humano, o estudante lamenta a tortura sofrida. “Acho que o [corte do] cabelo é pior do que qualquer outra coisa. […] Eu tô sem barba e, como os remédios para dor estão fazendo meus pêlos caírem, estou praticamente sem cabelo.”

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