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Brasília

PCDF prende grupo que movimentou R$ 5 mi com fraudes em precatórios

Grupo falsificava a documentação de beneficiários de precatórios e vendia para empresas especializadas por preços altos

Redação Jornal de Brasília

03/03/2020 9h35

Foto: InfoMoney

Willian Matos e Cláudio Py
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Um grupo suspeito de realizar fraudes milionárias em precatórios (ordens de pagamento referentes a indenizações) das Forças Armadas foi preso pela Polícia Civil (PCDF) nesta terça-feira (3). A organização teria movimentado mais de R$ 5 milhões em poucos meses.

Os suspeitos obtinham informações dos beneficiários que tinham valores altos a receber, falsificavam documentos, entravam em contato com empresas especializadas e vendiam os precatórios.

A ação, chamada de Operação 100%, foi realizada pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama) em conjunto com a Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) e a Divisão de Operações Especiais (DOE).

Após seis meses de investigação, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na manhã desta terça-feira, deflagrou, em parceria com a Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor (CORF) e com a Divisão de Operações Especiais (DOE), a primeira fase da Operação G17, cujo objetivo é desarticular e capturar os membros de uma organização criminosa responsável por fraudar dezenas de precatórios de militares e pensionistas das Forças Armadas do Distrito Federal. Dois integrantes do grupo foram presos, sendo que um deles é policial militar da reserva do DF. Além disso, foram apreendidos dezenas de documentações falsas durante os quatro mandados de busca e apreensão realizados até o momento, três ocorridos no Gama e um no Lago Norte.

De acordo com o delegado-adjunto da 14ª DP, Dr. Ricardo Bispo Farias, as investigações começaram após a denúncia de uma vítima, seis meses atrás. “Ele havia identificado uma movimentação suspeita no precatório que ele seria beneficiário, portanto, compareceu à delegacia e relatou a situação para a nossa equipe. A partir dessas informações, nós fizemos diversos levantamentos e conseguimos identificar pelo menos 5 integrantes do grupo criminoso”, disse.

Segundo o delegado, um dos integrantes da organização criminosa era responsável por monitorar o site do Tribunal de Justiça do DF para descobrir as informações dos beneficiários dos precatórios. Após obter esses dados, o grupo iniciava o processo de fabricação de documentações falsas das vítimas, tais como o documento de identidade, carteira de habilitação de motorista e comprovante de residência.

Com o intuito de roubar as vítimas, eles levavam as documentações falsas e se passavam pelos beneficiários dos precatórios no Poder Judiciário e em bancos. Assim que adquiriam a requisição judicial de pagamento, um dos membros fingia que era corretor de créditos bancários e vendia os precatórios para as empresas especializadas por altos preços, sendo que uma das negociações gerou R$ 1 milhão de lucro ao grupo criminoso. Após o recebimento do dinheiro das empresas, a quantia era dividida entre a organização criminosa em diversas contas bancárias.

O grupo gerou, no mínimo, R$ 5 milhões de prejuízo à Fazenda Pública. Os suspeitos, até o momento, já foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, falsificação de documento público, estelionato, uso de documentações falsas e falsidade ideológica. A pena dos criminosos pode durar até 25 anos de prisão, contudo, o delegado-adjunto da 14ª DP, Ricardo Bispo Farias, afirma que o número pode aumentar se forem encontradas novas vítimas do grupo.

 

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