A Polícia Civil (PCDF) prendeu, nesta terça-feira (2), três pessoas acusadas de articular um grande esquema criminoso relacionado a roubo, furto e venda de carros. É a segunda fase da Operação Xeque Mate, que já havia prendido dois integrantes do grupo em abril.
Além das três prisões, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. A ação ocorreu nas cidades de Samambaia e Águas Lindas de Goiás-GO.
Como agiam
Segundo investigações, o grupo furtava e roubava veículos pelo DF e Entorno. Paralelo a isso, os acusados conseguiram hackear o sistema do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) e habilitar senhas inativas de servidores.
Com as senhas em mãos, os acusados retiravam restrições destes carros. Depois, através de procurações falsas obtidas em cartórios da Bahia, eles conseguiam a segunda via do documento único de transferência (DUT) dos veículos roubados ou furtados.
Em seguida, com os carros sem restrição e com a segunda via do DUT, o grupo revendia os veículos a terceiros, que não sabiam da irregularidade e acabavam tendo problemas após a compra. Isso aconteceu pelo menos quatro vezes no DF.
Dois dos quatro carros foram recuperados e devolvidos aos verdadeiros donos, e o comprador teve de arcar com o prejuízo.
Ousadia
As investigações apontam ainda que, ao invadir o site do Detran-DF, o grupo chegava a usar senhas vinculadas a policiais para retirar as restrições dos veículos.
Os investigadores também detectaram o site de leilões https://leilaooficialdodistritofederal.org/. Esta página, hospedada em servidores nos Estados Unidos, se dizia autorizada pelo Tribunal de Justiça do DF (TJDFT) para desenvolver a atividade. No entanto, é uma fraude. O endereço da sede da empresa é falso, os telefones de contato não atendem e o TJDFT informou que eles não são cadastrados.
O Detran-DF foi comunicado sobre o crime, bem como as fragilidades detectadas no sistema. O departamento diz ter tomado medidas para aumentar o grau de segurança de acesso.
Quanto aos presos, eles responderão por associação criminosa, furto, estelionato, fraude documental e violação de sistema de informática. Se somadas, as penas podem ultrapassar 20 anos de reclusão.