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Brasília

PCDF desmascara “exploradores da fé”

Família fazia falsos trabalhos religiosos para pedir dinheiro às vítimas. Na residência deles, foram encontrados R$ 46 mil em espécie, além de vários itens

Willian Matos

26/05/2020 13h14

A 4ª Delegacia de Polícia (Guará) prendeu, nesta terça-feira (26), três pessoas suspeitas de lavagem de dinheiro através da prestação de falsos serviços espirituais.

Vera Lucia Nicolitch, 52 anos; Diogo Nicolitch Luiz, 31 anos; e Luana Nocoleti, 32 anos, foram presos em flagrante. Além deles, Viviane Nicolitch Luiz, 33 anos, é procurada. As falsas mães de santo se apresentavam como Irmã Vivian, Irmã Vera e Dona Luana de Oxum. Luana é esposa de Diogo.

Segundo investigações, os suspeitos cobravam valores em dinheiro para realizar trabalhos espirituais, como “amarração para o amor”, dentre outros. Em seguida, eles ameaçavam as vítimas com informações indevidas, fazendo com que elas pagassem mais dinheiro.

Uma mulher de 47 anos, moradora do Guará, foi vítima do trio. Ela procurou o serviço, acertou um valor de R$ 1,5 mil, a ser pago em duas vezes, e marcou uma consulta.

No dia marcado, uma das suspeitas simulou ter incorporado uma entidade espiritual e disse à vítima que ela e outras entidades queriam levar sua filha. A acusada pediu R$ 11 mil para que isso não ocorresse. Temendo pela vida da filha, a mulher fez um pagamento de R$ 5 mil em espécie e outro de R$ 6 mil em cartão.

A extorsão, no entanto, prosseguiu. Entre agosto de 2019 e abril de 2020, a vítima se encontrou com os suspeitos por 15 vezes. Nestes encontros, ela teve de levar objetos como perfumes importados, mais de 500 garrafas de cerveja, garrafas de whisky, espumantes, ternos masculinos, rosas, entre outros itens. Além disso, os pagamentos em espécie seguiam sendo feitos, somando R$ 24 mil.

O delegado da 4ª DP, João Ataliba Neto, fala sobre o caso:

Mandados 

Na manhã desta terça (26), os policiais foram à residência dos acusados. Lá, encontraram cheques totalizando R$ 46 mil, procurações, objetos cedidos pela vítima, frascos de perfume, bolsas de grife, relógios e joias. Também foram encontrados panfletos e banners anunciando a realização de serviços espirituais.

Somadas, as penas dos delitos apurados podem alcançar 33 anos de prisão. A Polícia Civil (PCDF) solicitou que os nomes dos acusados fossem divulgados, para que mais vítimas do trio possam ser identificadas.

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