Willian Matos e Catarina Lima
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A Polícia Civil do Distrito Federal, com apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou a operação Esculápio, contra uma quadrilha acusada de fraudar planos de saúde. Atuando desde 2016, o grupo composto por, pelo menos, quatro pessoas, fez 100 vítimas no DF e no Rio de Janeiro. Uma das pessoas lesadas teve um prejuízo de R$ 1 milhão. A operação realizou buscas e apreensões nas residências dos suspeitos nas regiões administrativas do Sudoeste, Riacho Fundo e Santa Maria, além de três empresas situadas no Setor Comercial Sul.
Por conta do esquema, vários consumidores (em especial idosos e pessoas com doenças graves) foram acionados na Justiça para pagarem pelos serviços que acabaram não sendo quitados pelas operadoras. Segundo a PCDF, as dívidas são de proporções “bastante elevadas”. Uma vítima, por exemplo, tem um débito com uma clínica de, aproximadamente, R$ 1 milhão, como explica o diretor-ajunto da Divisão de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM)
“Após a contratação do plano de saúde, ela foi utilizar os serviços médicos e conseguiu por um determinado período. Durante o tratamento, o plano teve conhecimento da fraude e bloqueou o custeio. Dessa forma, o tratamento continuou e não foi pago pela vítima, que agora está sendo acionada na Justiça. Essa conta está em, aproximadamente R$ 1 milhão.”
O grupo atua no DF e no Rio de Janeiro, e tem um núcleo formado por pelo menos quatro integrantes. Os suspeitos chegaram a abrir diversas corretoras de plano de saúde para dar um ar de legalidade ao esquema criminoso. Com o tempo, essas empresas eram extintas ou tinham o nome empresarial modificado.
Nesta terça (27), foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados, localizadas nas regiões do Plano Piloto, Sudoeste, Riacho Fundo e Santa Maria. Os agentes também se dirigiram às sedes de três empresas jurídicas, no Setor Comercial Sul. Foram apreendidos documentos referentes à contratação de planos de saúde, HDs de computadores, celulares e outros dispositivos de armazenamento de dados informatizados.
Por fim, o delegado da DRCPIM dá dicas de como evitar ser vítima de golpes semelhantes. “É importante ler o contrato. Não existe uma diferença tão acentuada de uma operadora de seguro para outra. É importante ter atenção naquilo que se está assinando e contratando”, alerta.
“Assim, os beneficiários em princípio acreditavam contratar os serviços de saúde das operadoras mencionadas nos contratos. À medida que precisavam usar utilizar os planos tinham suas pretensões negadas, em decorrência da descoberta do golpe por parte das operadoras”, disse o delegado.
O delegado Bruno Carvalho explicou também como uma das vítimas chegou a ter um prejuízo de R$ 1 milhão: “Após a contratação do plano de saúde, ela utilizou os serviços médicos hospitalares e conseguiu por um determinado período fazer o tratamento. Quando o plano teve conhecimento da fraude, bloqueou o custeio. Dessa forma, o tratamento continuou, e não foi pago pela vítima, que agora está sendo acionada na Justiça pelo hospital, que cobra aproximadamente R$1 milhão”.
O promotor de Justiça, Paulo Binicheski, disse o material apreendido será analisado e poderá servir para acrescentar alguma coisa às denúncias já pronta ou possibilitar a abertura de nova denúncia. Até o momento já existem sete denúncias abertas contra o grupo.