Menu
Brasília

“Participação da família é muito importante”, diz coordenador do Escola em casa no DF

David Nogueira entende que atividade escolar alivia momento difícil; assista a vídeo

Redação Jornal de Brasília

04/05/2020 17h31

Por Brenna Farias
Jornal de Brasília/Agência UniCEUB

O Programa Escola em Casa , da Secretaria de Educação do Distrito Federal, possibilita que alunos da rede pública continuem as aulas durante o período de quarentena por causa da pandemia do coronavírus (saiba mais). As aulas são transmitidas pelas TVs Justiça e União, das 9 às 12 horas durante a semana.  Às segundas, quartas e sextas-feiras são transmitidas aulas gravadas para todas as modalidades e etapas. Terças e quintas-feiras programas ao vivo, com aulões para o 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio, sobre temas específicos dessas etapas, voltados para o Enem e o PAS, segundo a assessoria.  Na entrevista a seguir, o coordenador do programa, o professor David Nogueira, afirma que é fundamental que a família participe e acompanhe como os alunos realizam as tarefas e assistem às aulas. 

Como estão separando o conteúdo para atingir todos os alunos, já que há uma aula só para todo o ensino médio por exemplo?

Nos programas gravados separarmos os objetivos de aprendizagem, e tentamos abordar temas que são comuns a faixas etárias diversas. O que acontece na educação básica é que tem um tema comum e você desenvolve a mais as competências e habilidades que são trabalhadas de outra forma. Por exemplo: você estuda Getúlio Vargas no nono ano e na terceira série. É o mesmo tema da aula, mas as competências e habilidades que o professor trabalha com o nono ano é, ou deveria ser, diferentes das competências trabalhadas na terceira série do ensino médio.

 Na primeira semana, foi muito difícil fazer uma programação voltada especificamente para anos e séries mas a  nossa ideia é, na medida que a gente fazer isso rodar de maneira mais ajeitada, conseguir fazer essa separação também para anos e séries. Nas aulas ao vivo, a gente já conseguiu fazer isso porque elas são para o ensino médio, mas começa às nove da manhã com primeiro ano, às dez com o segundo ano e às onze horas com o terceiro, ai os conteúdos já podem ser trabalhados de maneira mais específica para a série que o estudante está.

Assista à entrevista

Esse formato tem prazo de validade, ele pode durar até dezembro sem que os estudantes percam muita coisa? 

 Bom, espero que não. O formato dura enquanto durar o isolamento social, eu sinceramente espero que o isolamento não dure até dezembro. É uma maneira diferente, um estudo mediado por tecnologia é muito difícil de comparar com um estudo que é feito ao vivo. Se você estiver falando friamente só de objetivos de aprendizagem ou de conteúdo, pode ser que consiga cumprir grande parte dele. Mas a gente sabe que a escola na educação básica vai além disso, ela trata de competências socioemocionais. A sociamentização é muito importante dependendo da idade, estudantes que têm algum tipo de transtorno por exemplo, precisam muito da socialização. Então quando você fala sem perder alguma coisa, é muito difícil, sempre há o que se perde em um processo assim. O que a gente está fazendo aqui é uma forma de aliviar um pouco esse momento que é pesado para todo mundo. 

 Além da TV, o programa vai disponibilizar conteúdos para os alunos em outras plataformas?

A gente começou os testes. Conseguimos instalar os estudantes todos na plataforma google classroom (google sala de aula) e vamos disponibilizar material para os estudantes do ensino médio e anos finais.

Vocês pensaram que alguns alunos podem não ter acesso a algumas plataformas como o google sala de aula? Existe alguma estratégia?

A TV é o meio mais acessível, a gente começou pela TV por conta disso. Além disso, é claro que a gente sabe que alguns estudantes não terão acesso ao google sala da aula. Quer por que não tem a acesso internet, quer porque o programa de dados não vai conseguir atingir. A gente está imprimindo uma certa quantidade de material para uma semana, que vamos distribuir para aqueles estudantes que nenhum tipo de tecnologia vai atender, ou vai conseguir mediar, então a gente também está pensando nesses. A rede pública nesse sentido é muito heterogênea. A gente sabe que 94 % dos estudantes tem acesso a algum tipo de dispositivo móvel ou internet, mas 6% de uma rede de 460 mil alunos, estou falando de quase 40 mil estudantes, é muita coisa. A gente precisa pensar em todos eles.

Os professores desses estudantes estão em parceria com o escola em casa para melhor orientação e direcionamento de conteúdo? 

Os professores voltaram agora. Eles estavam em recesso, o recesso foi antecipado pelo governador. A gente tem a participação dos professores no processo de fazer os materiais. Todos os materiais que foram feitos agora, todos os professores que estão indo para a televisão são todos professores da rede, que de alguma forma estão fazendo esse trabalho porque entendem que é importante, agora não é obrigatório, a secretaria não obrigou que ninguém trabalhasse para fazer nenhum tipo de material. Os professores que estão fazendo, são professores que estão fazendo de forma voluntária.

Como vão acontecer as avaliações?

A avaliação deveria ser processual. A plataforma do google sala de aula permite avaliações processuais, mas a gente não está pensando agora em termos legais de ter avaliação, ter presença ou ter nota. A gente tem pensado agora do estudante manter seu vínculo, do estudante do ensino médio manter seu ritmo de estudo e ter material disponível. Essas questões a gente começa a pensar sobre elas, mas a gente precisa olhar com muito cuidado se essa situação se estender por muito tempo, que não é o que a gente deseja.

Quais são as maiores vantagens e desvantagens do programa?

A vantagem é que o programa Escola em Casa vai deixar um legado para gente. A gente vai ter os estudantes da secretária todos com acesso a google sala de aula, com suas turmas virtuais. Os professores que precisarem lançar mão disso, a secretaria já vai ter isso ponto.. Você pensa por exemplo em estudantes que estão hospitalizados, crianças que por alguma razão ficam muito tempo no hospital e precisam ter acesso a escola, então pode ser que tecnologias assim ajudem, da mesma forma essas aulas que estão sendo gravadas e estão ficando no nosso arquivos, estão podemos lançar mão delas a qualquer momento. Isso é muito positivo, apesar da gente está fazendo em um momento de muita dificuldade, vai ficar um legado para secretaria. As dificuldades o próprio momento: ir ao estúdio, gravar, juntar as gravações, editar isso, em momento de pandemia, isolamento social, pouca modalidade, é um desafio muito grande.

Alguma dica para as famílias ajudarem os estudantes durante o processo?

Veja, a educação mediada por tecnologia não difere da educação ao vivo nesse aspecto. também quando educação se dar sem intermédios, a participação da família é essencial, e não deixa de ser agora. A gente tem um programa adequado para os pais de estudantes que precisam de alguma necessidade educacional especial ou que têm algum tipo de transtorno, e a gente também no final da programação, certa que 30 min, um programa mais voltado para pais e professores, exatamente para dar essas orientações e como eles podem participar desse processo todo.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado