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Brasília

Para economista, redução de juros do BRB para crédito imobiliário é animadora

Medida promete facilitar acesso à casa própria. Economista afirma que, com cautela e planejamento, momento é bom para adquirir imóvel

Willian Matos

15/10/2019 13h30

Willian Matos
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A notícia de que o Banco de Brasília (BRB) reduziu a taxa de financiamento do crédito imobiliário animou quem pretende realizar o sonho da casa própria. O presidente da estatal, Paulo Henrique Costa, anunciou que o banco vai operar com taxa de 6,99% ao ano, reduzindo 0,5 pontos percentuais em relação aos 7,5% praticados até semana passada.

Para o economista da G2W Investimentos, Ciro Almeida quem pretende investir na casa própria precisa ter em mente que trata-se de um compromisso de 20 a 30 anos. Contudo, ele confirma que a população tem o direito de se animar com a redução.

“É sempre bom lembrar que é um compromisso de longuíssimo prazo, são 20/30 anos. É preciso ter um planejamento de longo prazo e se preparar para algumas eventuais incertezas. Nisso, é importante também que pode ser sim uma oportunidade para comprar o imóvel da sua vida, a sua casa própria”, afirma Almeida.

Ele afirma que a redução por parte do BRB é reflexo de uma trajetória de redução de juro da taxa Selic (taxa básica de juros da economia brasileira que serve de base para que bancos calculem os juros). Quando o governo baixa esta taxa, a tendência é que os juros cobrados por instituições financeiras também caiam, como explica o economista: “Nós viemos de uma trajetória de redução da taxa Selic de 14,25% em 2014 para 5,5% hoje. A previsão é de 4,75% para o final do ano. Automaticamente, em efeito cascata, os bancos (principalmente os grandes bancos e os bancos regionais) precisam repassar essa redução ao consumidor final.”

“O sentido de uma redução de juros é justamente fazer com que o crédito fique mais barato. Com isso, principalmente o crédito para financiamento imobiliário ficando mais barato, as pessoas se sentem mais estimuladas a fazer um compromisso de longo prazo e a realizar o sonho da casa própria, objetivo de quase todo brasileiro.”

Sonho x investimento

Para Ciro, há uma diferença entre sonho e investimento, e a população precisa entendê-la antes de investir — ou realizar um desejo. “Entendemos que, hoje, a compra do imóvel é muito mais um sonho do que um investimento. Se for o imóvel da vida e a pessoa tiver condições de dar uma entrada e financiar uma pequena parcela, com os atuais juros e a expectativa de uma redução ainda maior mais para frente, é possível realizar o sonho da casa própria, mas entendendo que imóvel não é investimento.”

“Em Brasília, a inflação acumulada em 12 anos é de aproximadamente 3,5%. Já os imóveis desvalorizaram no ano de 2018 0,8%. Logo, o imóvel, para ser considerado investimento, deve recuperar essa deflação e  alcançar a inflação. Para valer a pena como investimento, ele precisa voltar a se valorizar.”

IPCA não recomendado

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o medidor oficial da inflação do país, é medido mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para Ciro, a opção de financiar um imóvel optando por esta modalidade pode não ser uma boa escolha.  “Em um algum ano quando puder acontecer alguma pressão inflacionária maior, quem tiver feito essa modalidade pode sofrer com essa oscilação anual do IPCA. Já quem faz uma taxa como essa do BRB, tem uma previsibilidade maior do seu gasto com o custo do financiamento imobiliário”, projeta.

Momento favorável

O economista finaliza considerando que vivemos, sim, um bom momento para investir, desde que com planejamento e responsabilidade. “Essa redução de taxa estimula pessoas que querem o sonho da casa própria a se planejar com um custo menor de crédito. Isso permite com que se possa ter uma projeção dos gastos no médio e no longo prazo com maior precisão e até fazer uma expectativa com mais exatidão do seu fluxo orçamentário financeiro. Com a expectativa a médio e longo prazo de essas taxas se manterem, cada vez mais a previsibilidade e o barateamento do crédito avançam para que as pessoas possam realizar o sonho da casa própria com o seu planejamento familiar orçamentário equilibrado e sustentado”.

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