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Brasília

Pandemia: Saúde oferece atendimento médico à população em situação de rua

Consultório na Rua atenderá três vezes por semana nos alojamentos instalados no autódromo

Redação Jornal de Brasília

14/04/2020 19h03

Em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, a Secretaria de Saúde vem prestando atendimento à população de rua durante a crise do coronavírus e os abriga em alojamentos provisórios instalados no Autódromo Internacional Nelson Piquet.

As equipes do Consultório na Rua, desde 8 de abril, estão realizando atendimento médio para estas pessoas, três vezes por semana. As equipes de Consultórios na Rua têm por propósito potencializar estratégias utilizadas no território, criando redes e vínculos, tendo como objetivo garantir o cuidado integral desta população através da inserção na rede de saúde e intersetorial.
Segundo o secretário de Saúde, Francisco Araújo, o trabalho é importante porque “essa é uma população extremamente vulnerável à proliferação do coronavírus, e se eles ficarem nas ruas, sem acompanhamento e assistência, corremos o risco de ter uma contaminação muito forte e grave nesse público”. Ele ressalta que, no caso da Covid-19, a melhor estratégia é a prevenção, “atuar antes que a doença se instale”.

Já a gerente de Atenção à Saúde à População em Situação Vulnerável e Programas Especiais, Denise Leite Ocampo, explica que “serão três dias na semana porque a maioria das pessoas acolhidas têm agravos crônicos e, uma vez sanadas as questões agudas e realizado o manejo das questões crônicas, as equipes vão avaliar as intercorrências que surgirem”.

Finalidade

 

A equipe de saúde tem a finalidade de fazer o atendimento de todas as pessoas, realizar o perfil de saúde deles, o diagnóstico situacional e planejamento das ações em saúde. Além disso, identificar aqueles com febre e sintomas respiratórios para tomar as providências quanto à Covid-19.

De acordo com Alan Fonseca, técnico de enfermagem e integrante da equipe do Consultório na Rua, primeiro é feita a triagem com anotação de todas as queixas dos pacientes, depois, os profissionais aferem a pressão e encaminham para o atendimento com o médico. Os casos mais graves são encaminhados para os hospitais.

O morador de rua Valmiro Oliveira, 46 anos, foi atendido pela equipe do Consultório na Rua, nesta terça-feira (14), e ficou satisfeito com o trabalho. “Esse é um atendimento necessário para nós, que moramos na rua e quando precisamos de uma consulta médica, muitas vezes somos tratados com preconceito e descaso por causa da nossa situação”, desabafa.

A principal queixa de Valmiro é a abstinência de drogas e dores abdominais constantes. Ele conta que os pais são idosos e moram em Santo Antônio do Descoberto (GO), mas como ele estava na rua correndo risco de contrair o coronavírus, preferiu ficar no alojamento.

Consultório na rua

É uma modalidade de equipe Saúde da Família que funciona na Secretaria de Saúde do DF, bem como em outros estados, e que foi implementado pelo Ministério da Saúde para atendimento específico às pessoas em situação de rua. A equipe de Consultório na Rua pode ser composta por vários profissionais, entre médicos, assistentes sociais, enfermeiros, técnicos em enfermagem e psicólogos.

Segundo a gerente de Atenção à Saúde à Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais, Denise Ocampo, as equipes de Consultórios na Rua têm por propósito potencializar estratégias utilizadas no território, criando redes e vínculos, tendo como objetivo garantir o cuidado integral desta população através da inserção na rede de saúde e intersetorial.

Instalações

O autódromo é uma unidade de acolhimento com capacidade para 200 pessoas, administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES) e organizado pelo Instituto Tocar, contratado pela pasta. Os alojamentos começaram a funcionar no dia 7 de abril e está previsto para seguir por 90 dias ou enquanto durar a pandemia. O local está abrigando cerca de 160 pessoas.

O diretor do Instituto Tocar, Elkin Páez, informou que o objetivo é manter todos os moradores em situação de rua instalados no local. “Como a maioria tem comorbidades como diabetes, hipertensão e doenças crônicas, queremos que eles cumpram a quarentena aqui, evitando que saíam e contraiam o coronavírus. Tudo para evitar ao máximo que eles tenham que ir aos hospitais”, explica.

A ideia da iniciativa, além de proteger as pessoas vulneráveis nesse tempo de pandemia, é evitar que a contaminação da Covid-19 se prolifere entre essa população e, consequentemente pela cidade.

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