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Brasília

Pais doam galinhas a escola para combater infestação de escorpiões

Arquivo Geral

31/05/2016 20h25

Atualizada 04/08/2016 8h23

Ana Lúcia Ferreira
ana.ferreira@jornaldebrasília.com.br

Galinha em escola pode? Se for para zelar pelo bem estar e cuidado de alunos, professores e servidores, pode sim. No Centro de Educação Infantil 4, em Sobradinho, pais de alunos doaram os animais na tentativa de combater a infestação de escorpiões no local, comendo-os. A escola atende 160 crianças, entre 4 e 5 anos de idade.

Segundo a diretora da Instituição, Marley Dias, a presença dos aracnídeos preocupa os frequentadores da escola há cerca de sete anos. “Funcionamos em um prédio adaptado desde 2009 e nunca conseguimos combater a infestação”, relatou.

Somente nos últimos oito meses a diretora contabilizou mais de 20 escorpiões. A suspeita é de que um terreno, localizado atrás da instituição, onde existem entulhos e diversas árvores, seja o responsável pelo acúmulo dos artrópodes. “O terreno é grande e tem muita árvore. A Secretaria de Educação não conta com uma empresa de manutenção de poda, corte de grama e dedetização, então nunca conseguimos combater os animais”, ressaltou a diretora.

Aulas no jardim são suspensas

A Vigilância Sanitária esteve presente na Instituição no último dia 9 e sugeriu a interrupção das atividades no local. Após a suspensão das aulas por três dias, em reunião, pais e professores optaram por trazer as aves para a escola. Atualmente, sete galinhas ficam soltas na área de lazer, onde fica o parquinho e a piscina, que está inutilizada por conta da infestação.

Outras atividades foram inclusas na rotina das crianças para que elas não fiquem expostas aos aracnídeos. “Inserimos jogos, filmes, atividades com massinha, entre outras. É uma pena porque brincar ao ar livre ainda é a melhor escolha e, por conta dos escorpiões, as crianças ficam presas dentro das salas”, desabafou Marley.

Leandro Ernesto é pai de dois alunos da instituição, de 4 e 5 anos. Preocupado, ele garante conversar com os filhos sobre os perigos do contato com o artrópode. “É horrível saber que os nosso filhos correm algum tipo de risco no local onde deveriam brincar e aprender. Procuro ensinar para eles os procedimentos que devem ser adotados caso se deparem com um escorpião. Mas, não deixo de ficar angustiado em saber que o dano de uma picada pode ter consequências mais graves em uma criança”, ressaltou o servidor público.

Prevenção

Ainda segundo a diretora, há um trabalho de prevenção e orientação com as crianças e funcionários do local. “No início do ano letivo, priorizamos palestras e vídeos que ensinem aos alunos como proceder caso encontrem o escorpião. Todos sabem na ponta da língua os cuidados que devem ter”, afirmou.

Obras de medidas de prevenção também foram adotadas. A Novacap, companhia responsável manutenção pública do DF, realizou a poda das árvores, já o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) executou a limpeza do terreno ao redor da escola para evitar o surgimento de mais aracnídeos.  O órgão iniciou ainda a construção de uma mureta de proteção ao redor da escola e a grama da área de lazer será substituída por cimento.

Enquanto as obras ocorrem, as crianças tiveram  o horário de aula reduzido por não poderem usufruir da área de lazer, localizada na parte externa da escola. O prazo para a conclusão dos serviços é de 90 dias.

A Secretaria de Saúde do DF informou que a população pode denunciar focos de aparecimento de escorpiões pelo telefone 160.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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