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Brasília

Pai faz prova do Enem para não ter de esperar filhos no carro

Arquivo Geral

11/11/2018 19h28

Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasilia

Eric Zambon
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O radialista Iran dos Santos Silva, 46 anos, se submeteu a quase seis horas da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (11), só para não ter de esperar os filhos no carro. “Desta vez eu decidi acompanhar para não ficar sem fazer nada”, explica. Apesar do esforço, o pai ainda teve de aguardar um pouco pelos rebentos. Ele deixou o Centro Universitário de Brasília (UniCeub), na 907 Norte, às 17h30, antes de sua primogênita Rebeca e de seu caçula Iran Jr.

Pós-gradudado em Ciências Políticas e funcionário da prefeitura de Cidade Ocidental  (GO), na Região Metropolitana do DF, ele considerou a prova como “de bom nível” e destacou a quantidade de textos para serem lidos e interpretados como grande dificuldade. “Eu faço dedicado, não é com pé nas costas não. Fica muito confuso ter muita leitura, algumas misturam cálculo com raciocínio lógico. Ainda existem pegadinhas. Tem que ler, ler e ler”, opina.

Iran e seus filhos integraram o universo de 106.309 candidatos inscritos para o segundo dia de exame do Enem, que teve foco em matemática e Ciências da Natureza.

Kléber Lima/Jornal de Brasilia

Sem treta

Na última semana, quando o conteúdo foi voltado às Ciências Humanas, houve uma polêmica, que motivou, inclusive, manifestação contrária do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e de seus seguidores. Uma questão apresentou vocabulário de travestis e transsexuais  para perguntar sobre linguística, mas os fãs do político enxergaram malícia. Desta vez, não houve assunto de destaque similar e, de material fora do comum, o jogo eletrônico Minecraft foi abordado.

“Foi desnecessária a polêmica sobre o dialeto e se houver alguma agora (por causa da menção ao jogo), também não vejo motivo”, defende a estudante Isabela Carvalho Inácio, 17 anos, que pretende cursar Ciências Contábeis em alguma universidade pública. Sobre o conteúdo em si, ela afirma ter mais afinidade por exatas e, portanto, ter tido vida mais tranquila em relação ao último domingo.

“Eu sempre ouvi falar que o Enem é mais fácil do que o PAS (Programa de Avaliação Seriada, aplicado apenas a estudantes do Ensino Médio para ingressar na Universidade de Brasília), mas achei este mais complexo. A parte de linguagem teve muita leitura e deixa você cansado”, analisa a jovem.

Na expectativa de cursar Odontologia, o aluno Wellington Gonçalves da Silva, 18 anos, pensa o contrário e garante que a dificuldade das questões de matemática tornou a prova deste domingo mais complicada. Mesmo assim, ele considera que houve tempo suficiente para lidar com os desafios. “Acho que o tempo foi tranquilo, teve gente que saiu bem mais cedo”, conta. Na edição anterior, vários estudantes reclamaram do horário, devido à complexidade dos cálculos matemáticos, e em 2018 o Enem estendeu sua duração em meia-hora.

 

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