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Brasília

Padaria reabre na Papuda para ressocializar presos

Governador do DF, Ibaneis Rocha, participa do evento e ressalta que iniciativa dará dignidade à população carcerária. Produção será usada por rede de fast food

Catarina Lima

17/12/2019 17h26

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, reinaugurou nesta manhã as oficinas de panificação do Complexo Penitenciário da Papuda. Na cerimônia, ele ressaltou a importância da ressocialização de presos para evitar o retorno ao crime. Ibaneis lembrou que no início de sua gestão havia 1.007 detentos trabalhando, chegando agora a 1.500. No final de 2020, a meta é que 3.000 detentos do DF trabalhem e, ao final do governo, chegue a 30% dos 17.000 internos da Papuda. 

“Isto que estamos fazendo é a prova que queremos trabalhar e que não podemos tratar presídio como depósito de pessoas”, disse o governador Ibaneis, ressaltou a responsabilidade que sociedade tem para com os detentos. “A grande maioria dos que estão aí fora esquecem que essas pessoas vão voltar para as ruas, acham que os presos vão ficar depositados. Mas aqui não temos pena de morte e nem prisão perpétua e eles vão, sim, voltar para as ruas. Isso é uma certeza, por isso têm que voltar melhores do que entraram. E é essa nossa obrigação enquanto Estado, enquanto cidadãos”, frisou o chefe do Executivo. 

O governador disse, ainda, que a sociedade sofre muito devido a falta de assistência social, de escolas e de hospitais, o que faz com que muitas pessoas sigam para o crime e que por isso há a obrigação de o Estado de mostrar um novo caminho. Ibaneis destacou que o Supremo Tribunal Federal emprega detentos reeducandos, dando o exemplo da ressocialização. O chefe do Executivo prometeu construir um galpão para atendimento de familiares de presos em dias de visitas. 

Após cinco anos inativadas, as oficinas de panificação instaladas na Papuda foram reinauguradas. Além do governador participou da reinauguração o secretário de Justiça e Cidadania (Sejus), Gustavo Rocha, responsável pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap). No total, 40 reeducandos serão qualificados e empregados nas duas panificadoras, sendo uma em funcionamento no Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e outra na Penitenciária I do Distrito Federal (PDFI).

Ao participar da cerimônia, o secretário da sejus, Gustavo Rocha, destacou a importância da qualificação profissional no processo de ressocialização. “Não adianta pensar em segurança pública sem pensar nessa questão. Quando ampliamos a segurança, é natural que tenhamos um encarceramento maior. Por isso, precisamos trabalhar a ressocialização para que não aconteça a reincidência e, assim, desafogar o sistema carcerário”, ressaltou.

As panificadoras terão capacidade de produção diária de cerca de 80 mil pães, quase metade dos itens serão vendidos para as empresas responsáveis por fornecer alimentação para o sistema penitenciário do DF.  Além das panificadoras, deverá entrar em atividade uma oficina de fabricação de colchões no próximo ano. Segundo a diretora executiva da Funap, Deuselita Martins, a expectativa é empregar e capacitar mais 15 reeducandos. 

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