Lucas Valença
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A Câmara Legislativa do Distrito Federal promoveu ontem o “1º seminário do orgulho LGBT” em parceria com a Câmara Federal, que já organiza seu 16º encontro. O evento procurou promover uma defesa dos Direitos Humanos e da comunidade. O seminário contou com a participação de ativistas, juristas e representantes da sociedade civil. A programação conjunta também visa celebrar os 50 anos de Stonewall, rebelião símbolo do movimento. O mês de junho é utilizado como uma forma de lembrar o levante.
Para o deputado distrital Fábio Felix (Psol), atual presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) e o primeiro parlamentar assumidamente gay a ocupar uma cadeira na CLDF, o debate público visou defender a dignidade da população LGBT e a firmar uma posição de luta no Legislativo local. “É simbólico que a gente possa fazer essa discussão nesta Casa, que, em vários momentos, parece que trabalhou para retroagir nos direitos da população LGBT. Como, por exemplo, quando esta Casa sustou o decreto do ex-governador (Rodrigo) Rollemberg que regulamentou a Lei Maninha”, argumentou.
Segundo ele, a luta pelo respeito ao movimento será contínuo e vai de encontro com o atual governo federal. “Fica mais importante fazer este seminário neste momento pois estamos com um governo altamente autoritário e que tende a desrespeitar muito a população LGBT. A questão está tão crítica que Bolsonaro parece ter virado um xingamento ao movimento”, disse.
O distrital ressaltou, no entanto, que, apesar das conquistas dos últimos anos, a comunidade ainda precisa “avançar muito” para garantir os direitos mínimos aos integrantes do movimento. “Sequer os direitos fundamentais da população LGBT são respeitados. O Brasil lidera os rankings de intolerância e de violência contra os gays. Nossas vidas importam e precisamos implementar políticas públicas que nos garantam dignidade e segurança”, afirmou.
Também presente no evento, e representando a Câmara Federal, o deputado David Miranda (Psol-RJ) ressaltou a importância da decisão promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que equiparou a LGBTfobia ao crime de racismo. “É muito importante a gente não esquecer a luta, pois a bancada evangélica já está se organizando para passar projetos que não contemplam a nossa comunidade”, disse.
O deputado explica que, depois da publicação das matérias, as ameaças, em especial de maneira homofóbica, aumentaram. “Medo a gente tem, mas eles não vão conseguir nos parar com o fascismo deles.”
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A data foi celebrada pelos deputados distritais Fábio Felix (Psol), Arlete Sampaio (PT) e Chico Vigilante (PT), também organizadores do evento.
Após as palestras, vários dos presentes se deslocaram ao Congresso Nacional para promover o chamado “Beijaço”.
O parlamento nacional também foi iluminado com as cores do movimento LGBT.