Paula Beatriz
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Agora, no Hospital de Base, pacientes diagnosticados com câncer poderão encorajar uns aos outros com apenas um som. Com o toque de um sino instalado na Unidade de Oncologia/Radioterapia do hospital eles poderão anunciar o fim do tratamento.
O chamado Sino da Superação é um projeto que foi lançado em parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília, nesta quinta-feira (23). O objetivo é que os pacientes compartilhem o momento de alegria pela despedida do tratamento e por terem vencido todas as dificuldades. Além disso é uma forma de incentivar aqueles que ainda estão lutando contra a doença a vencer todas as dificuldades do tratamento, para um dia tocarem o Sino.
Ivanilde Monteiro de Araújo conseguiu a cura do câncer de mama e foi uma das primeiras pacientes a tocar o sino, ela passou três anos lutando na terapia. “É muito difícil receber o diagnóstico de câncer. Ficamos sem chão, mas não estamos sozinhos. Temos amigos, familiares e esses voluntários que são anjos nas nossas vidas. Por isso, o sino significa a cura. Estou curada e sei que outras mulheres também podem conseguir”, disse.
O sino de bronze foi instalado estrategicamente em uma parede pintada pelos próprios voluntários, pacientes e colaboradores do hospital. No local, uma placa diz: “Sino da superação – Ao final do seu tratamento oncológico, toque o sino, comunique a todos a sua conquista, e compartilhe a sua felicidade. Agradecemos por você ser mais um exemplo na luta contra o câncer!”.
“O sino representa a saúde e, ao tocar, Deus está feliz lá em cima. A Rede Feminina de Combate ao Câncer está fazendo o projeto em todas as capitais do Brasil. Ele traz amor, força e vontade de dizer eu vou vencer”, disse a coordenadora do voluntariado Vera Lúcia Bezerra da Silva, chamada carinhosamente de Verinha.
“Sob a orientação do governador Ibaneis Rocha, trabalhamos sobre a premissa da humanização dentro do nosso sistema de saúde. Um gesto como esse pode ser pequeno, mas tem uma representatividade muito grande para quem está fazendo o tratamento e para a família”, disse o diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), Francisco Araújo.
“Esse é um projeto muito especial. Receber um diagnóstico de câncer é como se o mundo fosse acabar. O hospital tem obrigação de dar essa cobertura para o tratamento e o acolhimento feito pelo trabalho voluntário”, complementou o secretário de Saúde, Osnei Okumoto.
Rede Feminina
A Rede Feminina realiza mais de 2 mil atendimentos por mês em 26 programas de assistências, que incluem doação de cesta básica, lanche, acolhimento, visita ao leito, prótese mamária, atendimento psicológico e realização de bazar, entre outros. São 320 voluntários que atuam com muita dedicação diariamente. São 23 anos de atuação no Hospital de Base.
Atendimento
O Hospital de Base recebe entre 100 a 120 pacientes novos na oncologia por mês. Ao todo, mensalmente, são feitas aproximadamente 2,2 mil consultas oncológicas e 800 quimioterapias. Além disso, em média, 56 novos tratamentos são iniciados na radioterapia.