Da Redação
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O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS (sigla em inglês para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é lembrado no dia 1º de dezembro. A data serve para aumentar a conscientização entre a população e combater o preconceito que os portadores de HIV (sigla em inglês para Vírus da Imunodeficiência Humana) sofrem na sociedade. Eles já somavam 36,9 milhões em 2017, de acordo com a UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS).
Prevenção
De acordo com o Ministério da Saúde, uma das formas de prevenção é a Profilaxia Pré-exposição (PrEp). A medicação deve ser ingerida, diariamente e de forma contínua, antes do contato com um soropositivo, e diminui em até 80% as chances de contaminação (independentemente da situação do parceiro infectado). A pílula, que combina o medicamento tenofovir e o entricitabina, bloqueia o ciclo de replicação do vírus, impedindo a infecção no organismo.
“Existem dois tipos de PrEP: oral e tópica (uso de gel genital). O Brasil, atualmente, disponibiliza pelo SUS acesso à PrEP oral somente para homens que fazem sexo com homens, transexuais, profissionais do sexo e parceiros sorodiscordantes de pessoas com HIV, porém pode ser encontrada também na rede privada de drogarias”, informa o infectologista Manuel Palácios.
O vírus pode ser transmitido por:
– Sexo vaginal sem camisinha;
– Sexo anal sem camisinha;
– Sexo oral sem camisinha;
– Uso de seringa por mais de uma pessoa;
– Transfusão de sangue contaminado;
– Da mãe infectada para o filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
– Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.
O vírus não é transmitido por:
– Sexo com camisinha;
– Masturbação a dois;
– Beijo no rosto ou na boca;
– Suor e lágrima;
– Picada de inseto;
– Aperto de mão ou abraço;
– Sabonete/toalha/
– Talheres/copos;
– Piscina;
– Banheiro;
– Doação de sangue.
Tratamento
O famoso “coquetel” é formado por três medicamentos antirretrovirais. A terapia é iniciada independentemente do grau de imunidade do paciente. Os remédios tentam controlar o HIV pelo maior tempo possível, diminuir a replicação do vírus no corpo e permitir a recuperação das defesas do organismo.
De acordo com o último relatório da UNAIDS e a última Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), quem vive com HIV em terapia antirretroviral e tem carga viral indetectável por mais de 3 meses tem chance quase nula de transmitir o vírus sexualmente, além de permanecer saudável e com uma longevidade semelhante a das pessoas não infectadas.
Transmissão
O HIV começa a se replicar no organismo duas horas após o contágio, mas os métodos de detecção só permitem percebê-lo no sangue após uma semana (exame realizado só em pesquisas clínicas) ou após um período de 20 a 30 dias — por meio de exame convencional por detecção de anticorpos/antígenos, conhecido como ELISA 4° geração. Ele sempre é confirmado com outro teste, chamado de Western Blot.
Segundo o infectologista Manuel Palácios, ter o vírus não significa que a pessoa tem a doença. “Há soropositivos que vivem muitos anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a AIDS, mas podem transmitir o vírus”, esclarece.
AIDS e HIV
“A AIDS é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A síndrome é causada pelo vírus HIV, que ataca as células de defesa do corpo, deixando o organismo mais vulnerável, permitindo que aconteçam infecções oportunistas, por microrganismos que normalmente não produzem a doença e que elevam muito a mortalidade dos pacientes portadores do retrovírus”, explica Palácios.
De acordo com o médico, pessoas com a AIDS viviam até três anos, em média, entre a contaminação e a fase final da doença. Atualmente, o vírus se adaptou ao corpo humano e, por isso, o tempo de sobrevida aumentou em até dois anos. Além disso, o vírus pode ser identificado com mais rapidez, o que torna a vida do paciente mais longa e saudável.