Ícaro Andrade
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O Dia Mundial sem Carro teve oficinas, empréstimo de bicicletas e apresentações. Mas também teve multas, insatisfação e reclamações. Tudo no Setor Comercial Sul, onde 150 vagas para automóveis foram interditadas para as atividades.
O evento ocorreu no estacionamento da Quadra 6, próximo à w3, área que já costuma ser bem complicada para quem precisa estacionar. O local permaneceu fechado das 7h às 22h.
Saiba mais
- Uma linha de ônibus ficou disponível para quem trabalha no Setor Comercial Sul e precisou deixar o carro no estacionamento 13 do Parque da Cidade. Dois coletivos saíam a cada 20 minutos com tarifa de R$ 2,25. A estimativa é de que 150 mil pessoas circulem por aquela região por dia.
- O objetivo da iniciativa de ontem foi incentivar o uso da mobilidade ativa, ou seja, que é feita pela própria pessoa, como andar de bicicleta ou a pé.
“Só deixa o carro em casa quem mora na Asa Sul ou Norte. Agora, se é para não utilizar o veículo particular, deveriam aumentar o número de coletivos nas ruas”, defendeu um guardador de carros. Pela manhã, o homem flagrou vários veículos sendo multados por estarem estacionados em locais inadequados.
Em consequência do fechamento do estacionamento, as quadras adjacentes ficaram ainda mais lotadas e com difícil acesso. Quem já estava acostumado a estacionar na Quadra 6 teve que optar pelo Parque da Cidade ou pelo estacionamento privado do shopping Pátio Brasil. As demais quadras ficaram mais cheias que o normal, e só conseguiu vaga quem chegou cedo.
Um funcionário público de 31 anos questionou não só o fechamento do estacionamento, mas a falta de segurança nas quadras. “Foi muito complicado encontrar uma vaga. Achei uma depois de muito tempo e foi por muita sorte. O complicado é que isso acontece em qualquer lugar da capital” relatou.
Outro frequentador da área, de 32 anos, utiliza o estacionamento todos os dias para esperar a mulher, que também trabalha na região. “Tem que ter sorte para achar uma vaga. É sempre essa dificuldade”, reclamou.
Taxistas da região disseram que, devido à frequência do problema, algumas pessoas que moram mais perto do SCS optam por deixar o carro em casa para poder ir de táxi ao trabalho. “É bom para a gente, que tem mais trabalho, mas ruim para eles, que acabam tendo que gastar mais dinheiro” comentou um deles.