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Brasília

Nível do Descoberto estará em queda no fim do racionamento e vazão será menor

Arquivo Geral

04/05/2018 11h14

Atualizada 05/05/2018 17h18

Myke Sena/Jornal de Brasília

Jéssica Antunes
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A decisão de pôr fim ao racionamento de água no Distrito Federal foi tomada quando o volume da bacia do Descoberto chegou a 90%, em 30 de maio. No dia 15 de junho, quando o rodízio semanal encerrará, o índice já estará em queda, com 85,6% da capacidade. A previsão da Agência Reguladora de Águas e Saneamento Básico (Adasa) é que o pior mês seja novembro, quando o nível deve ser de 21,9%. Para garantir que novos problemas não ocorram, a vazão será menor que o histórico registrado até 2016.

Com o fim do período chuvoso e início da estiagem na capital, a tendência é que o volume do maior reservatório comece a cair. Por isso, a iniciativa de encerrar o racionamento em pleno início da seca provocou críticas de consumidores e especialistas. Segundo a curva de monitoramento da Adasa, a queda deve iniciar no fim de maio, chegando ao pior cenário no fim de novembro.

Durante o rodízio de abastecimento, a vazão mensal da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) é de 3,3 metros cúbicos por segundo (m³/s) e passará a 4,3 m³/s a partir do mês que vem. Apesar de maior, é inferior ao que se captava na capital em 2016. “Se voltássemos aos valores anteriores, o volume útil chegaria a abaixo de zero. Não dá para voltar a consumir o que se consumia antigamente”, informou Paulo Salles, presidente da Adasa.

Salles garante que não será necessário voltar ao racionamento no futuro, ainda que a seca seja mais intensa. “Tem muitos elementos que permitem ter segurança para abastecer a população, como tirar águas do Paranoá e Bananal e alertas aos irrigantes que possam estar tirando mais água que levamos em consideração nos cálculos, por exemplo”, afirma.

https://youtu.be/AWCiidp9gJg

Simulações de cenários

A decisão de encerrar o rodízio semanal foi tomada após diversas simulações feitas pelas autoridades considerando o ano mais crítico. Retomar a vazão para valores anteriores a 2016, quando a situação era confortável, traria o pior resultado e a capital poderia ficar completamente desabastecida, com -7% de volume útil.

Por outro lado, manter o racionamento do modo como está traria maior conforto, com 45% do volume no ápice da estiagem. No entanto, o presidente da Adasa considera uma penalidade desnecessária aos consumidores. “O racionamento é ruim porque afeta muito a vida das pessoas. Quem tem caixa d’água grande em casa pode até passar parte do dia sem água, mas sente dificuldade quando vai a pequeno comércio que não pode ficar sem água hora nenhuma”, considera.

Além disso, ele alerta para perda econômica e impacto na agricultura, além de possíveis impactos à saúde, já que estoque de água em reservatórios caseiros podem ser focos de mosquitos que transmitem doenças como dengue e febre amarela.Por isso, optou-se por encerrar o rodízio de abastecimento com vazão classificada como confortável para garantir segurança hídrica: nem restrito demais, nem amplo como anos anteriores à seca. “O ideal é que tenhamos água saindo da torneira e consciência de uso com cuidado”, finaliza Paulo Salles.

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