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Brasília

Nem todos os templos religiosos retomarão atividades nesta semana

A Arquidiocese definiu normas que deverão ser seguidas pelas igrejas, adequando-se as exigências do Decreto 40.846 do governador Ibaneis Rocha

Catarina Lima

01/06/2020 18h14

Atualizada 02/06/2020 1h30

A partir de amanhã templos religiosos poderão voltar a realizar missas, rituais e cultos. Mas entre as principais religiões praticadas pela população do DF, apenas as igrejas católicas e as evangélicas reabrirão as portas neste momento. Espíritas e religiões de matriz afro, permanecerão com as atividades suspensas.

Sem a distribuição de folhetos litúrgicos – aqueles usados pelos fieis para a acompanhar as missas – e sem o “abraço da paz”, o Cardeal Dom Sérgio Rocha, administrador da Arquidiocese de Brasília, distribuiu nota a todas as 152 paróquias do DF autorizando a reabertura das igrejas e estabelecendo regras de funcionamento. A Arquidiocese definiu normas que deverão ser seguidas pelas igrejas, adequando-se as exigências do Decreto 40.846 do governador Ibaneis Rocha, no qual é autorizada a reabertura dos templos. Entre as regras estão: obrigatoriedade de se observar a distância de 1,5 metro entre as pessoas; existência em cada paróquia de álcool em gel; utilização de termômetro infravermelho para medir a temperatura do público; e a utilização de placas com informações sobre as regras. “É necessário organizar os bancos ou cadeiras de modo a observar o espaçamento exigido”, solicitou o Cardeal na nota encaminhada às paróquias.

O pastor Gerson Berbet, da Igreja de Deus no Brasil, um dos maiores segmentos evangélicos do DF e do Brasil, disse que os cultos voltam a ser realizados a partir de amanhã. “Vamos nos adequar a todas as determinações do Decreto do governo”, garantiu o pastor. Cada templo da Igreja de Deus no Brasil tem espaço para cerca de mil pessoas, mas na reabertura a partir de amanhã, em cada culto apenas 130 pessoas serão admitidas. “Um banco terá pessoas sentadas com a distância de 1,5 metro entre elas, já o banco de trás ficará vazio”, disse Berbet, explicando a estratégia para evitar aglomerações. As igrejas também disporão de álcool em gel e medidores de temperatura, cumprindo, assim, a determinação do Decreto.

Espíritas e religiões de matriz afro não voltam agora

A Comunhão Espírita de Brasília, a maior casa espírita do Distrito Federal, que recebe 20 mil pessoas mensalmente, não reabrirá as portas em junho. O presidente da Comunhão, Adilson Mariz, reuniu-se ontem com os dirigentes da casa para discutir o assunto. Na Comunhão não se realiza apenas palestras para o público. São feitos diariamente atendimentos individualizados às pessoas que procuram auxílio e ministrados cursos. Essas atividades não podem ser realizadas com segurança, mesmo que as regras do Decreto 40.846 sejam observadas, uma vez que há proximidade entre as pessoas. “Outra dificuldade em retomar as atividades é que boa parte dos nossos voluntários são idosos, o que impossibilita o atendimento”, explicou Adilson. De acordo o dirigente, muitos colaboradores que trabalhavam na Comunhão tiveram que ser dispensados, uma vez que com as atividades paralisadas o bazar e a livraria, que representam a maior fonte de receita da casa, não estão funcionando. Mas mesmo assim, a direção prefere não reabrir as portas agora, nesse momento da pandemia do novo coronavírus.

Se depender do Fórum Afro do DF (FoAfro), que congrega as religiões de matriz africana, os 450 terreiros existentes no Distrito Federal continuarão com as atividades suspensas por tempo ilimitado. Segundo o Ogan Luís Alves, do FoAfro, os líderes religiosos das regiões de matriz afro foram consultados e a orientação é que a despeito do decreto do GDF, ainda não é o momento de reabrir os terreiros. “Nós inclusive preparamos uma carta para ser enviada ao governador Ibaneis Rocha, na qual explicamos o motivo por que não retomarmos as atividades agora. Esse é um momento de preservar vidas”, concluiu.

 

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