Nesta terça-feira (11) as serpentes Naja-Monóculo e Víbora-Verde-de-Vogel, que estavam no Zoológico do Distrito Federal, foram transferidas para o Instituto Butantan, centro de pesquisa biológica, em São Paulo. Quem anunciou a transferência foi o próprio Zoo por sua página no Instagram. Os animais foram encaminhados ao aeroporto hoje, por volta das 18h30.
As serpentes estavam no zoológico desde que foram capturadas após a naja picar o estudante de veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, que ficou em coma. Ele foi preso no último dia 29 e é suspeito de participar de uma associação acusada de praticar crimes ambientais, como a criação de animais silvestres em cativeiro e a destruição de provas relacionadas ao caso.
O Zoo explicou que prioriza as espécies do cerrado “Gostaríamos de ter a capacidade de manter todos os animais que precisam dos nossos cuidados, mas infelizmente nossa demanda é maior que nossa capacidade?? Priorizaremos as espécies do nosso Plano de População, o que nos torna uma instituição referência em espécies ameaçadas de extinção da nossa fauna local, o cerrado”, disse o Zoo na publicação.
“Essas serpentes deixaram uma grande lição não só para nós do Zoológico de Brasília, mas para todos os brasileiros. A gente espera que um dia o tráfico de animais silvestres não seja uma ameaça à nossa fauna”, completou a publicação.
Em 7 de julho, o jovem Pedro Henrique foi picado por uma serpente naja kaouthia que criava como animal de estimação. As investigações indicam que a cobra foi trazida de maneira clandestina para o país mediante a concessão de uma licença irregular, assinada por uma servidora do Ibama. Ela foi afastada do cargo e também está sob investigação.
A naja é considerada uma das cobras mais venenosas do mundo e pode ser encontrada em seu habitat natural na África e na Ásia. O estudante só se recuperou após receber soro antiofídico do Instituto Butantan, de São Paulo.
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