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Brasília

Na Praia: contradição no Lago Paranoá

Arquivo Geral

29/07/2016 6h59

Atualizada 28/07/2016 22h28

Kleber Lima

Francisco Dutra
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Com a bênção do governo Rollemberg, o evento Na Praia restringe o acesso às margens do Lago Paranoá e ultrapassa os limites de barulho tolerados pela lei. Sem sossego, moradores da região estão indignados com a incoerência da administração socialista. Por um lado, o Palácio do Buriti promete a “democratização” das águas brasilienses. Por outro, permite a realização de um empreendimento privado com cobrança de ingresso.

A bronca começou na primeira edição do evento, no ano passado. Além do barulho, a população reclamou de danos ao meio ambiente, sujeira e uso do espaço público. No começo deste mês, o Ministério Público do DF reuniu governo, organizadores e moradores em busca de um consenso. “Não adiantou nada. O barulho é desproporcional. Fica dentro das nossas residências até as 3h”, denunciou o economista João Leal Neto.

O desconforto é comprovado pelo monitoramento do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que já aplicou multa de R$ 8 mil. Segundo o órgão, o evento, próximo à Concha Acústica, respeita a legislação sonora em alguns pontos. Mas, em outros, os níveis de ruído não estão em concordância com a legislação. Sem acesso à beira do lago, moradores passaram a evitar o local.

“Rollemberg apoia o Na Praia para esconder o péssimo governo. Dá diversão para disfarçar a incompetência atraindo a juventude. Não vemos essa dedicação para a melhoria dos hospitais”, criticou o presidente da Associação dos Amigos do Lago Paranoá (Alapa), Marconi de Souza.

Sem acesso à beira do lago, moradores passaram a evitar o local, especialmente depois de shows em função da sujeira. Quem caminhava pelos arredores lamenta o recente sumiço de animais silvestres, a exemplo de capivaras.

“Tudo o que fazemos tem amparo legal”

“Nosso evento é o sonho de todo brasiliense. A cidade passa por crise e desemprego. Nós geramos arrecadação e empregos para Brasília. Forças egoístas batem de frente contra o projeto por motivos rasos. Tudo o que fazemos tem amparo legal. Aquilo que não estivermos cumprindo, vamos nos adaptar”, argumentou o organizador do evento, Bruno Sartório.

Segundo o empresário, as denúncias são segmentadas e parte da vinhança apoia o projeto. A estrutura teria um projeto acústico inteligente, capaz de fazer as correções necessárias. Sartório afiançou que o evento recebeu todos alvarás e permissões necessários para funcionamento.

Sobre o uso de área pública, Sartório afirmou que o evento pagará R$ 162 mil de aluguel para o GDF. Da mesma forma como outros empreendimentos usam outros espaços públicos, como o estacionamento do Mané Garrincha.

Saiba mais

A Administração Regional do Plano Piloto diz não ter recebido nenhuma reclamação.
Segundo o órgão, o evento obteve a Licença de Funcionamento Eventual e está toda documentação correta.

No site da atração, os ingressos para as festas são comercializados a partir R$ 70.
Para eventos culturais, o acesso custa inicialmente R$ 10.

A organização do evento refuta qualquer dano ao meio ambiente. Além de ações para a preservação ecológica, organizadores declaram que estão provendo projetos culturais e sociais.

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