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Brasília

Na pandemia, brasiliense escolheu investir no mercado imobiliário

Balanço divulgado pela Ademi mostra que índice de velocidade de venda cresceu para 10,2%

Vítor Mendonça

23/10/2020 7h50

O mercado imobiliário no Distrito Federal atingiu a terceira melhor taxa no Índice de Velocidade de Vendas (IVV) em dois anos, segundo o último levantamento feito pela Associação de Empresas do setor (Ademi). No recente balanço divulgado pela organização na última quarta-feira (21), o índice cresceu para 10,2%, sendo um aumento de 1,7% em relação ao mês anterior, quando a porcentagem baixou para 8,5%.

O bairro do Noroeste, de alto padrão, e os de médio padrão Águas Claras e Guará foram os imóveis mais procurados em agosto. De acordo com a pesquisa, a velocidade de vendas em agosto significa um aumento de cerca de 20% que a do mês de julho. Em comparação o mesmo período de 2019, o crescimento foi de 41% no volume de vendas.

De acordo com um dos sócios diretores da plataforma de negociações imobiliárias DF Imóveis, Marcelo Ramos, entre agosto e setembro, os índices de vendas e acordos para aluguel de residências é semelhante a janeiro – normalmente o mês de maior tráfego no site. Neste mês de agosto, porém, os dados observados foram maiores que os do primeiro mês do ano.

“Em janeiro tivemos movimento de cerca de 3 milhões de imóveis vistos na plataforma, sendo um terço das procuras para vendas e dois terços delas para aluguéis. Em agosto, tivemos o dobro: cerca de 6 milhões de imóveis vistos, com inversão de dois terços para venda e um terço para aluguel. E tivemos um um aumento de mais de 230% nas vendas”, relatou Marcelo.

Em contrapartida – e que evidencia possível aumento na compra de imóveis – em março eram 37 mil imóveis anunciados por 750 anunciantes. Este valor se inverteu no último mês, quando foram verificados 1270 anunciantes, mas uma diminuição para 34 mil anúncios de imóveis. “Em tese, se aumentam os anunciantes, em consequência aumentam as ofertas. Mas esses dados demonstram está havendo um grande número de clientes [maior que o de vendedores]”, ponderou ainda.

Ano de surpresas

O ano de 2020, marcado pela crise do novo coronavírus, foi o de maior elasticidade e recuperação desde 2018. Ainda em abril, o IVV de 5,2% foi o segundo menor em dois anos, mas no segundo mês subsequente, em junho, a maior marca histórica foi atingida, com taxa de 11,1%. Este, de acordo com o presidente da Ademi, Eduardo Aroeira, é um “ciclo virtuoso” no qual a expectativa é que se mantenha em recuperação.

“2020 começou muito bem e tinha muitas condições para que ficasse com taxas de juros baixas e inflações controladas. [A pandemia atrapalhou, mas,] a partir do momento que as pessoas passaram a perceber que as condições do início do ano permaneciam as mesmas, o imóvel voltou a ser um grande investimento [para a população]. Em 2020 temos as menores taxas de financiamento habitacional da história”, afirmou Aroeira.

O contexto se mostra favorável com a redução histórica da taxa Selic – taxa básica de juros que significa a média dos juros que o governo brasileiro paga aos bancos por empréstimos feitos – a 2% ao ano, e ainda a oferta de menores taxas para financiamento de imóveis pela Caixa Econômica Federal, anunciada essa semana a 6,25% ao ano. Isso significa, na prática, que as prestações para a compra de imóveis serão mais acessíveis. O índice chegou a 12% no ano passado.

Outro fator avaliado por Aroeira como determinante para o crescimento foi a própria pandemia. “As pessoas passaram a valorizar mais o imovel, principalmente com o isolamento social. Agora elas buscam apartamentos com melhor qualidade, como um espaço que seja suficiente para ter um bem-estar”, completou o especialista.

Empregos na construção civil

Em 2019, foram 34 novos empreendimentos lançados no DF e, segundo Aroeira, a expectativa é que o mesmo número seja alcançado este ano. Até o momento foram 22 lançados. “Isso gera e garante empregos na construção civil para o futuro”, comentou ele. O mercado imobiliário movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão no ano passado. Em 2020, até agosto, R$ 1,2 bilhão já foram movimentados no setor. “Esperamos chegar a R$ 1,8 bilhão até o fim do ano”, finalizou Aroeira. Este seria o maior índice da série histórica.

Dos novos empreendimentos, está incluso o da Terral Incorporadora, que, em parceria com a Dinâmica Engenharia, irá lançar em novembro um empreendimento residencial em Águas Claras. Segundo o sócio-executivo da empresa, César Durão, “a pandemia não paralisou os investimentos”. “O novo lançamento Residencial Ligia Valois terá um valor esperado de venda total de R$60 milhões”, comentou. O projeto prevê um edifício de 22 andares e 146 apartamentos de dois quartos.

“Os investidores enxergam o mercado imobiliário como uma forma segura de investir, de proteger o valor de seu dinheiro. E também como uma fonte de renda atrativa em uma realidade de baixa taxa de juros do mercado financeiro”, observou Durão.

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