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Brasília

Mulheres realizam ato por combate ao Feminicídio na Rodoviária

Ativistas realizam ato pelo fim da violência contra a mulher na Rodoviária do Plano Piloto

Marcus Eduardo Pereira

28/08/2019 22h17

Lucas Neiva
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No fim da tarde de ontem, por volta das 18h, dezenas de mulheres de todas as idades caminharam pela Rodoviária do Plano Piloto com cartazes exigindo melhorias nas políticas públicas de combate ao feminicídio e à violência doméstica. O ato foi promovido nas plataformas de rede social por mulheres inconformadas com o assassinato de Letícia Curado, encontrada morta na última segunda-feira (26) no km 20 da rodovia DF 250, próximo de Planaltina.

A professora Andreza Xavier, de 31 anos, assumiu a frente do ato e participou da organização. Ao Jornal de Brasília, afirma que a organização foi feita por “um conjunto de mulheres indignadas com a quantidade de feminicídios e com os índices crescentes de violência contra a mulher”. Conversando com outras mulheres, decidiu organizar o ato. “O governo precisa entender que não vamos nos calar”, declarou.

O ato reivindica ações e medidas mais efetivas do poder público com relação às políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher: manutenção dos órgãos públicos responsáveis pelo atendimento qualificado às mulheres, melhora na capacitação e qualificação e aumento nas contratações dos profissionais desses órgãos, novos equipamentos públicos para combate ao feminicídio. “A política de enfrentamento à violência contra a mulher tem que ser uma prioridade de todos os governos”, afirma Andreza.

A deputada distrital Arlete Sampaio (PT-DF) participou do ato. A deputada afirma que seu gabinete participou da organização, em função da indignação pela morte de Letícia. “É mais uma mulher vítima do feminicídio. Vítima de um homem que pensa que pode usar as mulheres como quiser, que acha que somos seu objeto sexual”. Sampaio acredita que a legislação tanto federal quanto distrital já é suficiente para o combate à violência contra a mulher, mas que falta ação governamental. “Precisamos por exemplo, que a Casa da Mulher Brasileira seja reaberta. É um espaço que comporta todas as atividades necessárias para as mulheres vítimas de violência”.

A ação também contou com participação do deputado distrital Fábio Félix (PSOL-DF), que soube da mobilização pela internet. “Vim ao ato para somar força, mostrar solidariedade às mulheres que estão aqui”. O deputado enxerga uma falta de discussão do feminicídio como um problema estrutural nas políticas públicas. “Divulgamos dados, mas falta um debate sério sobre o machismo e seus impactos no assédio contra as mulheres, no estupro e no caso mais grave que é o feminicídio. Precisamos também criar reformas preventivas nas políticas públicas, como trazer o debate da Lei Maria da Penha para dentro das escolas”.

Fábio Félix declarou no ato ter feito um requerimento na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para que seja realizada uma audiência pública no dia 10/09, às 10:00 no plenário da CLDF. A audiência visa trazer ao debate diversas autoridades públicas e movimentos sociais ao combate ao feminicídio e ao machismo, trazer o debate de gênero para dentro das políticas públicas do Brasil e Distrito Federal e comprometer as instituições do Estado na defesa da vida das mulheres e no combate à violência.

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