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Brasília

Motorista por aplicativo assassinado no DF é enterrado nesta quinta-feira (14)

Geraldo foi encontrado morto dentro do porta-malas do próprio carro no Hospital Regional de Santa Maria na manhã da última terça-feira (12)

Vítor Mendonça

14/01/2021 9h34

Enterro do motorista por aplicativo Geraldo Iris Gontijo, 50 anos. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Enterro do motorista por aplicativo Geraldo Iris Gontijo, 50 anos. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

É velado na manhã desta quinta-feira (14) Geraldo Iris Gontijo, 50 anos, motorista de aplicativo encontrado morto dentro do porta-malas do próprio carro na última terça-feira (12). Familiares, amigos e colegas de direção prestam condolências no cemitério Campo da Esperança do Gama.

Uma camiseta com uma montagem do logotipo do time de futebol Atlético Mineiro foi confeccionada com o rosto do motorista e está sendo usada por boa parte dos presentes. A camiseta contém o sobrenome “Gontijo” e o número 16 nas costas, data de aniversário de Geraldo, que completaria 51 anos no próximo sábado.

O velório do motorista estava marcado para acontecer na tarde de ontem, quarta-feira (13), mas, por problemas na documentação, foi adiado para hoje às 9h, no cemitério Campo da Esperança do Gama, Região Administrativa onde morava. Geraldo deixa esposa e teve cinco filhos, mas apenas quatro estão vivos.

Cleiton José de Lima, 42, sobrinho de Geraldo, era um dos muitos membros da família que desaconselhavam a permanência nas viagens por aplicativo, por falta de segurança e exposição, principalmente de madrugada. “Sempre falávamos para parar e ele pensava em abandonar mesmo a profissão. Era algo só enquanto ele não arrumava uma outra coisa, por conta dos riscos de violência”, afirmou o comerciante.

“Estamos todos muito abalados. Ele era uma pessoa que nunca fez o mal para ninguém, sempre trabalhou honestamente. Um crime bárbaro como esse precisa ser investigado e os culpados punidos. Ser morto de uma forma tão covarde, com um tiro na nuca, nos deixa muito abalados”, continuou.

Geraldo foi encontrado no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), onde outra vítima de possíveis assaltantes foi levada baleada inicialmente. “Ele foi a pessoa mais injustiçada desse mundo”, relatou a sobrinha mais nova de Geraldo, Juliana Cardoso, 29. De acordo com ela, o tio “não via maldade nas pessoas”, uma vez que costumava ir a lugares que muitos outros motoristas não iam. “Ele aceitava corridas e as pessoas pediam para que ele não recusasse como os outros por conta de problemas de saúde ou emergências. E ele socorria, entrava em qualquer lugar e deixava as pessoas no lugar certo. Ele gostava do que fazia e de ajudar”, contou.

Entenda o caso

De acordo com investigações das Polícias Civil do DF e Goiás (PCDF e PCGO), o motorista teria recebido um chamado para corrida até Valparaíso do Goiás por volta de 1h de terça-feira – horário habitual de trabalho para as corridas que fazia. A partir daí, a dinâmica do ocorrido no restante da madrugada ainda precisa de confirmações para as equipes de investigação. A investigação no DF está sendo acompanhada pela 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), com equipe comandada pelo delegado-adjunto Paulo Fortini.

A descoberta do corpo de Geraldo se deu por outra vítima dentro do mesmo carro, na parte de trás: um homem baleado com dois ou três disparos. Duas testemunhas avistaram o homem dentro do Volkswagen Up branco parado na região de Anhanguera, em Valparaíso, e dirigiram o veículo até um posto de saúde do município. Sem estrutura para atendê-lo, a recomendação do posto foi que o levassem para o HRSM. Já em Santa Maria, notaram algo diferente no porta-malas e constataram o corpo de Geraldo, já sem vida.

O homem baleado segue internado em estado grave no HRSM, sem condições para prestar depoimento para as polícias. Ele seria também um motorista de aplicativo.

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