Menu
Brasília

Moradores comemoram o asfalto e pedem quebra-molas

Chuva e alagamento não são mais preocupações para quem trabalha e vive na Rua 10

Marcus Eduardo Pereira

29/10/2019 6h17

Das obras de Vicente Pires, a rua 10 e uma das vias mais avancadas. Altamiro Pereira, 57 anos, cenografo. Foto: Vitor Mendonca Data: 27-10-2019

Vítor Mendonça
[email protected]

Vicente Pires é uma das regiões administrativas que mais têm passado por reformas e obras no Distrito Federal. De 2015 para cá, os esforços financeiros para as construções na localidade ultrapassaram R$ 220 milhões, dos quais mais de um terço do total, cerca de R$ 75 milhões, foram investidos em 2019. Tamanho aporte financeiro neste ano representa quase cinco vezes mais que a média dos anos anteriores.

Duas problemáticas são o principal foco das reformas em Vicente Pires: a pavimentação e a estrutura de drenagem de águas na cidade, que em tempos de chuva costumava ter as vias alagadas e ser motivo de indignação unânime da população da RA-XXX. Com um trabalho de pouco mais de dois meses, esta não é mais uma questão prioritária para quem vive e trabalha na rua 10, uma das principais da cidade. Dos 4,5 km de extensão, poucas são as etapas para a finalização da via.

Até o momento, cerca de 300 metros ainda precisam de pavimentação, além de calçadas e algumas bocas de lobo que ainda devem ser finalizadas. De acordo com o cenógrafo, Altamiro Pereira (foto), de 47 anos, que mantém seu ateliê em frente a rua 10 há 11 anos, a renovação da via é motivo de aumento nas movimentações de clientes do negócio que ali administra.

Valorizou para a gente aqui. Com certeza, aqui era bem menos movimentado antes e, agora, pelo que estamos vendo, já está melhorando”, comemorou o comerciante. “A obra foi ótima para a gente aqui, a rua 10 veio muito rápida. Só estou sentindo falta de quebra-molas, porque o pessoal passa muito rápido, mas acredito que estejam vindo também”, comentou.

O cenógrafo ainda lembra que “não se podem esquecer as lâmpadas de LED que foram colocadas”, que, segundo ele, promoveram maior iluminação para o local.

“As pessoas estão muito focadas nas ruas que ainda têm reformas, mas essa aqui ficou muito boa. Nunca vi uma obra tão rápida; disseram que iam acelerar para ficar pronto antes das chuvas e conseguiram”.

A outro comerciante, porém, alguns aspectos foram ignorados pelas obras das calçadas feitas. Elias Donizete de Melo, de 50 anos, é proprietário de um bar há 15 anos, cuja varanda se estende até o início interno do calçamento. Neste ponto a diferença de altura com o comércio é de aproximadamente um metro.

“A rua até que ficou boa, mas meu problema é a dificuldade para a clientela chegar até aqui. Tem dois meses que eu fechei e vou ter que dar um jeito de nivelar com a nova altura da calçada”.

Para quem anda de carro, as obras foram favoráveis. A professora Maria do Socorro, 57, afirma que a reforma era necessária para o melhor tráfego na região.

Foto: Vitor Mendonca

“Asfalto era tudo o que a gente estava precisando; estávamos enfrentando uma lama terrível, antes”, afirmou.

Entretanto, na opinião da moradora, que está há uma década na região, a via ainda precisa de alguns detalhes estruturais. “Só falta colocar as marcações para dividir a pista e alguns quebra-molas”, disse. “O povo está aproveitando. Parecem aquelas crianças que ficam muito tempo presas e depois que solta começam a correr”, acrescentou em tom de brincadeira.

Fabrício Oliveira, de 36 anos, representante comercial, ousou fazer o trajeto de Águas Claras à Vicente Pires para chegar à casa dos pais no último domingo. Para ele, a experiência foi satisfatória. “Está muito melhor, sem dúvidas. Pelo que era isso aqui antes, sempre um tapa-buracos, pelo menos está mais bonito. Não sei como vai ficar com as chuvas, mas pra nós, com a calçada, ficou bem melhor”, afirmou.

“Meus pais tinham bastante dificuldade para andar por aqui. Meu pai trabalha como motorista de aplicativo e para sair daqui era uma chateação muito grande; para minha mãe, que costuma ir no mercado e em Taguatinga, agora está muito mais fácil”, complementou. No caminho, o representante comercial notou algumas diferenças que acreditam serem sanadas em breve. “A sete ainda está ruim, mas a dez está muito boa”, completou.

Conclusão de obras deve ser em 2020

De acordo com a Administração da Região Administrativa de Vicente Pires, as obras realizadas na cidade têm o prazo de entrega para o segundo semestre de 2020, mas sem um mês definido. Nesse ínterim, a previsão é que a cidade tenha tanto as obras quanto o ajardinamento concluídos. A função do órgão é fiscalizar as construções e monitorá-las após a finalização.

O plano de Diretrizes Urbanísticas do Setor Habitacional Vicente Pires ressalta seis diretrizes principais quanto ao manejo das águas pluviais, um dos principais problemas da cidade.

Deve-se focar, prioritariamente, segundo o documento, em “planejar as redes de drenagem de águas pluviais considerando a declividade natural do terreno […]”; “dar prioridade ao uso de pavimentos permeáveis” e “propor medidas que visem à eliminação de eventuais lançamentos clandestinos de efluentes líquidos e resíduos sólidos de qualquer natureza nos sistemas de drenagem pluvial”.

Sabia Mais:

Ao Jornal de Brasília, a Administração de Vicente Pires fez um levantamento sobre o andamento das obras nas vias da cidade.
As ruas 5, 6 e 10 estão 100% asfaltadas.

A Rua 3 está em processo de finalização na instalação de manilhas para a drenagem das águas pluviais.

As ruas 4 A, B e C estão 70% concluídas.

A Rua 7 tem 60% do trecho nivelado para a pavimentação. Ainda está sendo feita a terraplanagem de uma etapa para a completude do projeto.
A Rua 8 está com 40% das obras finalizadas. As etapas de detonação e drenagem ainda estão em processo.

Na Rua 12, nos últimos 60 dias, foi aberto um trecho de 500 metros, que será tampado ainda este ano. As próximas etapas serão concluídas apenas no ano que vem.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado