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Brasília

Miliciano é preso por extorsão e ameaça em Sobradinho II

Arquivo Geral

24/02/2019 15h02

Foto: PCDF

João Paulo Mariano
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Ameaças, extorsões e tentativas de homicídio. Essas foram apenas algumas das acusações que levaram a prisão de Gabriel Santos da Silva, de 25 anos. Ele atuava no assentamento criado há algum tempo na região do setor Mestre D’Armas em Planaltina chamado Vivendas Nova Petrópolis. Além da cobranças mensais dos moradores do assentamento, ele colocava fogo em quem não cumpria com os pagamentos. Pela polícia, ele é tratado como um miliciano.

A prisão dele ocorreu neste sábado (23), em uma casa de Sobradinho II, depois que a Polícia Civil recebeu informações do paradeiro dele. Ele era procurado desde abril do ano passado quando a 16ª DP (Planaltina) e a 35ª DP (Sobradinho) iniciaram uma operação para conter uma associação criminosa que atuava nesse novo loteamento de Planaltina.

De acordo com o delegado da 35ª DP (Sobradinho II), Láercio Carvalho, Gabriel é uma das lideranças dessa organização, uma espécie de milícia, que se infiltrou no meio daqueles que invadiram a terra e se colocou como líder para ganhar dinheiro. Ele dizia até mesmo que era integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) para amedrontar as pessoas, mas até o momento nenhuma ligação foi confirmada.

“Gabriel foi sempre uma liderança difícil de prender porque era muito articulado. Ontem, recebemos uma informação precisa e fomos ao local. Na mesma casa havia outras pessoas ligadas ao assentamento, mas não tinham registros criminais”, relata o investigador.

 Controle pelo medo

O delegado Láercio Carvalho explica que Gabriel e os outros comparsas utilizavam as extorsões e ameaças para controlar todos que tinham um lote no assentamento e até mesmo os que queriam entrar nele.

A cobrança variava de pessoa para a pessoa. Havia pessoas que pagavam R$ 50 mensalmente para continuar entre os assentados e algumas que, apenas para conseguir ter um espaço no loteamento, teve que pagar R$ 2 mil. Quem se recusasse a pagar o “pedágio” não conseguia um lote.

Aqueles que não conseguissem manter as mensalidades para o milicianos também sofriam consequências. Segundo o delegado, pelo menos duas pessoas teriam sido ameaçadas com uso de arma de fogo. Outros perderam o seu barraco, até mesmo porque atearam fogo nele. Quando uma pessoa saía, ele e o grupo vendiam o espaço para outro. E assim conseguiam gerar cada vez mais lucro.

Histórico

Gabriel Santos da Silva já tinha passagens pela polícia por homicídio, sem contar outros crimes. Dessa vez, ele foi indiciado por organização criminosa, dano ao patrimônio – já que ele queimou vários barracos, ameça, pelos menos duas tentativas de homicídio e extorsão.

As investigações da 35ª DP e da 16ª DP já levaram à prisão 17 pessoas envolvidas nos diversos crimes. Desse grupo na qual Gabriel faz parte ainda falta a detenção de dois foragidos.

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