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Brasília

Metroviários decidem não entrar em greve nesta segunda (16)

Arquivo Geral

15/04/2018 22h06

Atualizada 16/04/2018 0h18

Divulgação/SindMetrô

Raphaella Sconetto
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Após mais de uma semana sob o impasse de aderir ou não a uma nova greve, os metroviários aceitaram as propostas da Companhia Metropolitana do DF (Metrô) em assembleia realizada neste domingo (15), na Estação Praça do Relógio. Foram 143 votos contra 30 dos empregados. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (Sindmetrô-DF), não há previsão para novas assembleias com indicativos de paralisação.

Para este ano, as propostas patronais foram aceitas e as discussões cessaram. “A greve só aconteceria se a gente não aceitasse a proposta do GDF. Eles apresentaram uma nova na quarta-feira e a categoria resolveu aceitar”, explica o diretor do Sindmetrô, Alexandro Caldeira. Até o fechamento desta edição, a imprensa ainda não teve acesso às propostas.

Entre as propostas aceitas estão: aumento de 13% do auxílio-alimentação; criação de uma comissão paritária para a criação de um canal que viabiliza a interação dos empregados; nomeação de dois empregados no Conselho de Administração da Companhia; e redução de duas horas diárias de trabalho aos pais ou responsáveis por pessoas com necessidades especiais. A assembleia teve início às 20h e só foi decidido a não adesão da greve por volta das 22h40 de ontem.

IMBRÓGLIO DESDE 2015

Segundo Caldeira, os metroviários fizeram um acordo com o governo em 2015. Eles pediam um reajuste salarial de 8,4%, o pagamento de retroativos desde o último acordo e a contratação dos aprovados no último concurso – de 2013. “Em 2015 fizemos o acordo para que governo pagasse assim que saísse da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 2015, 2016 e 2017, ficaram todo esse tempo dando a desculpa da LRF”, afirma.

“No ano passado, em novembro, o governo saiu da Lei de Responsabilidade Fiscal e não nos pagou. Aí fizemos a greve novamente. Nossa reivindicação não é algo novo, não surgiu esse ano. Está se arrastando há anos e o governo não faz nada pela categoria”, completa Caldeira. O diretor aponta ainda que a data-base dos metroviários (data que discute o reajuste salarial e revisa condições de trabalho) acabou em 1º de abril.

DFTRANS DE SOBREAVISO

O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) juntamente com as empresas de ônibus da capital definiram um plano de emergência para atender aos usuários caso os metroviários optem por entrar de greve nos próximos meses. Urbi, Marechal e São José irão aumentar a oferta do transporte público para as regiões onde passam o metrô: Guará, Águas Claras, Taguatinga, Samambaia e Ceilândia.

GREVE DE 40 DIAS EM 2017

No fim do ano passado, os metroviários firmaram uma greve de 40 dias, com as mesmas reivindicações. O imbróglio durou todo este tempo e foi necessário uma intervenção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que determinou que os funcionários voltassem ao trabalho no dia 19 de dezembro do ano passado.

Na decisão do embargador, o Metrô-DF teria 90 dias para aplicar o reajuste salarial de 8,41% – o que daria até o dia 19 de março deste ano – e até 12 meses para estabelecer o cronograma de pagamento dos retroativos referentes a 2015, quando foi firmado o último acordo coletivo. A greve foi considerada legal e os dias de paralisação não foram descontados dos servidores. Na época, o governo apenas informou, em nota, que cumpriria a determinação.

VERSÃO OFICIAL

A assessoria de imprensa da Companhia Metropolitana do DF (Metrô) não respondeu todos os questionamentos do Jornal de Brasília. Por telefone, a assessoria apenas disse que o pagamento do reajuste salarial ainda não foi feito porque aguarda decisão da Justiça. Sobre os concursados, alegaram que já foram chamados 125 pessoas e que 63 serão chamadas até outubro deste ano.

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