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Brasília

Médicos do DF lutam para se proteger do novo coronavírus

Uma das boas recompensas obtidas pela equipe do HRAN no combate ao coronavírus foi dar alta a primeira paciente do DF ser internada vítimas da doença

Catarina Lima

28/04/2020 18h18

Teste de coronavírus feito no Estádio Mané Garrincha. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

“A mente apavora o que ainda não é mesmo velho”. Com esta frase de Caetano Veloso, na música Sampa, o psiquiatra Ulysses de Castro, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, definiu o enfrentamento do novo coronavírus pelos profissionais de saúde da capital. Para auxiliar colegas que trabalham no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), referência no tratamento da covid 19, e pacientes que precisam enfrentar longos dias de isolamento, Ulysses diz preferir uma boa conversa a prescrever um medicamento.

Assim como outros médicos e enfermeiros, ele está hospedado num hotel, no Setor Hoteleiro Sul, para evitar um possível contágio de sua família. “A doença é muito recente. Estamos aprendendo a lidar com ela”, avalio. Em sua rotina no HRAN, o doutor Ulysses costuma fazer duas reuniões diárias com a equipe para conversar e passar segurança. “Nós vamos superar isso”frisou.

Uma das boas recompensas obtidas pela equipe do HRAN no combate ao coronavírus foi dar alta a primeira paciente do DF ser internada vítimas da doença. “Ela disse que ia se recuperar e se recuperou. Foi muito bom”, comentou o médico.

EPIs em falta

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Marcos Wesley de Souza Feitosa, está preocupado com a garantia de proteção ideal para os enfermeiros do DF que trabalham com pacientes de coronavírus. Para ele este é o maior problema da categoria no enfrentamento à pandemia. Wesley lembra que dois enfermeiros já morreram vítimas da doença em Brasília, 12 estão em quarentena depois de contrair a doença e um está com suspeita de ter sido infectado. “Em alguns lugares faltam EPIs, em outros, o material é de má qualidade, como acontece no Hospital Universitário de Brasília (HUB). O Coren costuma fazer visitas diárias aos hospitais para fiscalizar as condições de trabalho.

“A falta de máscaras adequadas leva os profissionais do HUB a utilizarem máscaras caseiras”, disse Wesley. Outro fato que preocupa o Coren é o compartilhamento de capotes por parte dos profissionais. “Estamos fazendo uma ação conjunta com o Ministério Público, a Ordem dos Advogados e o Sindicato dos Enfermeiros para fiscalizar as condições de trabalho nos hospitais do DF”, explicou. O presidente do Conselho está há 60 dias sem ver mãe, que tem 69 anos, para preservar a saúde dela. “Ficar longe da família é muito difícil”. Amanhã (29), o Coren irá ao HRAN entregar máscaras aos profissionais do hospital. O produto foi adquirido com recursos próprios da entidade.

SUS posto à prova

A presidente do Sindicato dos Profissionais de Saúde do DF, Marli Rodrigues, disse que a maior dificuldade neste momento tem sido a luta para salvar vidas. “A grandeza do Sistema Único de Saúde (SUS) está sendo posta à prova”, avaliou a sindicalista. Segundo Marli, não só em Brasília, mas em todo o País, os profissionais de saúde estão atuando, improvisando quando preciso, fazendo com seja significativo no número de pessoas que conseguem se recuperar do coronavírus. De vitórias e incertezas tem sido feito o dia a dia dos profissionais de saúde do DF.

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