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Brasília

Marilza se veste de Brasil para receber os Jogos Olímpicos do Rio

Arquivo Geral

20/07/2016 13h43

Foto: Hugo Barreto

Douver Barros
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Ela é patriota assumida. Mantém uma coleção de inúmeros acessórios ligados ao futebol e sai pelas ruas do Distrito Federal devidamente caracterizada com suas roupas nas cores azul, verde e amarela. Moradora de Sobradinho, a técnica de enfermagem Marilza Guimarães da Silva, 65 anos, nutre forte paixão pelo Brasil e pela Seleção desde que se entende por gente.

A paixão pelo esporte foi herdada do pai, um amante do futebol. Ela passou a juventude toda jogando bola em times amadores. “Eu era uma espécie de Romário”, brinca. A partir da Copa de 1970, quando o Brasil foi tricampeão mundial, a dona de casa começou a colecionar itens da seleção.

Hugo Barreto

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E a casa? Ah, a residência de Marilza é especial. Lá, é possível ver uma bandeira do Brasil e a logomarca da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pintados no muro do imóvel. Sempre estacionado em frente à residência, o fusca, apelidado de “canarinho”, também chama atenção. É nele que, durante a Olimpíada, ela vai ao Estádio Nacional Mané Garrincha para assistir a partidas de futebol masculino e feminino.

Foi a própria Marilza que recepcionou a reportagem do Jornal de Brasília. E ela estava do jeito que se sente à vontade: com calça azul, camisa amarela e verde e uma boina, também nas cores da Seleção. Os acessórios coloridos realçam seu ‘look’ de torcedora. “Aqui em casa é assim. Em dias de jogos, quem não estiver com as cores do Brasil, não entra”, brinca.

Casa brasileira

A casa tem três quartos: um azul, um amarelo e outro com as cores misturadas, onde todo o acervo dela está carinhosamente guardado. Este último é usado para dormir apenas em época de Copa do Mundo ou de Jogos Olímpicos. “Nessa cama, só dorme gente especial”, avisa. Capas de sofás, toalhas de mesa e até as peças íntimas de Marilza são nas cores da seleção brasileira.

O piso da garagem simula a arena de um estádio de futebol. As paredes ainda contam com símbolos de diversas modalidades esportivas, como vôlei, futebol e natação. Atletas paralímpicos também estão representados no concreto.  E engana-se quem pensa que o custo de Marilza para manter esse acervo é alto. Os objetos são presentes de amigos, que lembram-se dela em cada viagem.

Herança

Hugo Barreto

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A idosa afirma já ter uma herdeira: a neta Maria Eduarda Guimarães, de 6 anos. A pequena nutre a mesma paixão da avó pelo esporte, e é apelidada de “Marilzinha”. As duas se divertem em competições improvisadas na garagem de casa. É uma alegria só.

“Quando reúno amigos e a família para assistir aos jogos, tudo começa com a execução do Hino Nacional. É uma grande emoção. Começo a chorar a partir daí”, conta Marilza. “Para não perder nenhum lance dos jogos, todas as televisões dos cômodos da casa ficam ligadas enquanto caminho de um lado para outro”, completa. Durante a conversa com a equipe de reportagem, o celular dela tocou, e a paixão pelo país ficou mais nítida – seu toque é o hino nacional.

“Me chamaria Brasil”

Ela conta que um tio torcedor do Vasco gostaria de ter sido batizado com o nome do time. “E eu, se pudesse, me chamaria Brasil”, afirma. “Em respeito à memória dos meus pais, vou continuar com o nome que eles me deram”, conforma-se.

Tudo isso ainda estimula outro sonho em Marilza. “Gostaria de ter um quarto todo estruturado, onde eu pudesse organizar ainda mais todos os meus chapéus, minhas roupas e demais itens referentes à seleção”, projeta. Ela sonha em conhecer e dar um abraço na jogadora Marta, maior goleadora da Seleção Brasileira.

Devoção

Marilza é devota de Santa Edwiges e de Nossa Senhora de Aparecida e acredita na solidariedade ao próximo. Sempre que pode, vai aos hospitais e facilita o atendimento aos doentes. Seu marido é devoto de São Francisco e oferece sopa aos moradores de rua da rodoviária de Sobradinho todas as sextas-feiras. Ela ainda sonha em ter a própria casa de filantropia. “Lá, quero São Francisco pintado de verde e amarelo”, conclui aos risos.

Hugo Barreto

Hugo Barreto

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