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Brasília

Marido de paciente infectada afirma que ela foi “obrigada” a ser transferida

Mulher foi o primeiro caso de coronavírus do DF. Ela foi internada em hospital particular antes de ser transferida ao Hran

Willian Matos

12/03/2020 8h14

Foto: Divulgação

O marido da mulher de 52 anos, primeira paciente do DF a ser infectada pelo coronavírus, fez críticas ao hospital Daher, unidade na qual ela procurou atendimento ao perceber os sintomas da doença. O advogado André Luís Souza Costa da Silva, 45 anos, conta que sua esposa foi “obrigada” a ser transferida.

A declaração foi dada à revista Época. André Luís conta que acompanhou a esposa, que também é advogada, até o Daher, no dia 4 de março. No dia seguinte, ao ser diagnosticada com a infecção pelo Covid-19, o hospital teria determinado que a mulher fosse transferida.

O Jornal de Brasília teve acesso ao documento que determinava a transferência

“Momento difícil”

Depois que a mulher foi transferida ao Hran, André Luís passou a acompanhá-la na unidade. A situação não foi aceita pela Secretaria de Saúde porque ele também era suspeito de portar o coronavírus. Portanto, o paciente representou uma ameaça desde o momento em que circulou pelo hospital. Na última quarta (11), a suspeita se confirmou, e o homem descobriu que também está infectado pelo Covid-19.

Ainda a respeito da entrevista de André Luís à Época, o advogado falou sobre a situação. Ele contou que precisava estar ao lado da esposa, que está em estado grave por conta de uma doença respiratória a qual já possuía. André classificou como “um momento difícil de sua vida, ao vê-la em estado precário de saúde, tendo que ser transferida de uma unidade hospitalar para outra.” 

“Como exigir de um ser humano que é esposo e pai, um comportamento diverso do que teve, na tentativa única de procurar socorro médico para sua esposa?”.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, tomou conhecimento da transferência na última segunda-feira (9), e criticou a postura do Daher e afirmou que a unidade não tinha porque não oferecer assistência à mulher. “Isso que aconteceu em Brasília é inadmissível. Nós não aceitamos e nós não vamos concordar que isso possa ser feito”, afirmou.

A vítima segue internada no Hran em estado grave. O hospital Daher foi contatado pela reportagem da Época, mas não havia retornado até a última atualização desta matéria.

 

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