Menu
Brasília

Manifestantes se reúnem contra cortes

Com bandeiras e cartazes críticos ao governo, grupo se concentra para seguir em direção à Esplanada dos Ministérios

Willian Matos

30/05/2019 12h03

manifestantes

Foto: Olavo David Neto/Jornal de Brasília

Ana Karolline Rodrigues
[email protected]

Quinze dias após o primeiro ato contra o corte de verbas na Educação, manifestantes se concentram em frente ao Museu Nacional para seguir em direção à Esplanada dos Ministérios, nesta quinta-feira (30), em um novo protesto. A manifestação acontece também em oposição ao ato pró-governo, ocorrido no último domingo (26), na capital federal.

Além da luta contra o corte de verbas, estudantes, professores, servidores e sindicatos também se unem no local contra a reforma da Previdência e protestam contra a reação negativa do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), à primeira manifestação, ocorrida no dia 15 de maio em todo o país.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) informa que, de acordo com a Polícia Militar do DF, a manifestação intitulada “Segundo dia Nacional em Defesa da Educação” foi iniciada a partir das 10h desta quinta-feira (30), em frente ao Museu da República. Por volta das 11h, cerca de 1,5 mil pessoas permaneciam concentradas no local. Segundo organizadores, eram mais de 10 mil pessoas por volta de 12h.

Dentre os manifestantes, estavam representantes do Coletivo Democracia e Luta, movimento que reúne servidores públicos do Judiciário e do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). Protestando contra a reforma da Previdência, a servidora do MP, Ana Paula Cusinato, 47, criticou o ato pró-governo do dia 26. “Eu entendo que existe uma incoerência do governo em entender que eles agora são governo. Eles não têm que fazer manifestação. Quem faz manifestação é o povo”, disse.

A servidora Ana Paula Cusinato. Foto: Ana Karolline Rodrigues/Jornal de Brasília

Quanto à pauta da Educação, a servidora acredita que o ato de hoje demonstra uma crescente mobilização populacional contra os cortes. “Nós temos condições de crescer com essa mobilização, porque um país que quer crescer tem que focar na educação”, afirmou.

Para Ana Paula, o protesto também é uma resposta à reação negativa de Bolsonaro ao primeiro ato dos estudantes, que chegou a chamá-los de “idiotas úteis”. “A resposta do presidente aos estudantes e aos professores, a própria postura de dizer que a UnB só faz balbúrdia mostra um desrespeito, e a resposta a isso ele vai ter aqui hoje”, defendeu.

Secretaria de Segurança Pública (SSP) ainda não divulgou parcial do público. Segundo organizadores, 10 mil pessoas. Foto: Olavo David Neto/Jornal de Brasília

Para a estudante de história da Universidade de Brasília (UnB), Gabriela Malesuik, 20 anos, o movimento desta quinta se trata de uma resposta à uma “disputa de narrativas”. “Esse governo, que está mais para um desgoverno, criou uma narrativa que nos coloca como inimigos. Eles se elegeram sem propostas e agora nos trazem como inimigos”, disse.

Gabriela Malesuik. Foto: Ana Karolline Rodrigues/Jornal de Brasília

A estudante alerta para a importância de se debater durante protestos e demais encontros da oposição. “É por isso que os atos são muito importantes para a gente mostrar aquilo que a gente pensa, defender o nosso discurso. Por isso, tem que ser uma série de atos contínuos e pacíficos, preponderando um debate para gente se mostrar aberto à conversa”, completou.

Concentração começou às 10h. Vídeo: Olavo David Neto/Jornal de Brasília

Detidos

Duas pessoas foram detidas durante a manifestação. Quando os manifestantes ainda estavam concentrados no Museu, houve uma conversa entre o deputado Fábio Felix (PSOL) e os policiais para a liberação de algumas faixas da esquerda do Eixo Monumental, sentido Esplanada. No entanto, as pessoas chegaram a ocupar quatro faixas, o que causou tumulto e discussão. A Polícia (PMDF) usou spray de pimenta para dispersar os manifestantes.

Manifestantes e autoridades em discussão. Foto: Olavo David Neto/Jornal de Brasília

Após a caminhada até a Esplanada dos Ministérios, os manifestantes voltaram rumo à Rodoviária do Plano Piloto. Lá, seguiram com os brados.

Vídeo: Olavo David Neto/Jornal de Brasília

A PMDF afirma que contará com o número necessário de policiais a fim de garantir a segurança de todos. Haverá interdição de vias conforme a necessidade do ato.

Até a manhã desta quinta (30), atos contra os cortes ocorriam em pelo menos 12 estados do país. Elas são em repúdio ao anúncio do Governo Federal, feito em abril, sobre o contingenciamento R$ 7,4 bi da verba destinada à Educação.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado